“Doenças da Tireoide são Doenças Não Transmissíveis” : 25/5 – Dia Mundial da Tireoide


 

O Dia Mundial da Tireoide foi criado pela Thyroid Federation International em 2007. Comemorada em 25 de maio, a data homenageia a fundação da European Thyroid Association (ETA), ocorrida em 1965.

A campanha internacional é uma oportunidade para destacar os múltiplos fatores: genéticos, ambientais e outros, que contribuem para o desenvolvimento de doenças da tireoide e conscientizar a população sobre a importância da sua detecção precoce e do tratamento adequado.

Neste dia, associações e outros grupos ligados ao tema, em todo o mundo, organizam eventos para fornecer informações relevantes e atualizadas aos pacientes e à sociedade em geral para ajudá-los a reconhecer os sintomas e incentivá-los a fazer um monitoramento regular de seus níveis hormonais para que possam tomar decisões informadas sobre sua saúde.

O tema de 2024: Doenças da Tireoide são Doenças Não Transmissíveis, pretende fazer com que os distúrbios da tireoide mereçam tanta atenção quanto outras doenças não transmissíveis, como as cardíacas ou o diabetes. Ou seja, o seu reconhecimento como importante doença não transmissível destaca a necessidade de abordagens abrangentes no seu diagnóstico, tratamento e prevenção.

As Doenças Não Transmissíveis (DNTs), também conhecidas como doenças crônicas, são condições que requerem tratamento de longo prazo, medicamentos, modificações no estilo de vida e, às vezes, cirurgia. São o resultado de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais (são modificáveis e, portanto, podem ser prevenidos/controlados).

As doenças da tireoide podem ter impacto na pressão arterial, nos níveis de colesterol e podem piorar a resistência à insulina. Mesmo o hiper ou o hipotireoidismo leve podem afetar a frequência cardíaca e o ritmo cardíacos e a qualidade de vida.

Portanto, tal como acontece com outras doenças não transmissíveis, o diagnóstico oportuno e o tratamento adequado das doenças da tireoide são essenciais para prevenir consequências para a saúde em longo prazo, motivo pelo qual é necessário elevar o perfil desses distúrbios tireoidianos, incluindo-os como membros distintos no grupo de DNTs, de modo a melhorar sua prevenção e manejo.

 

A tireoide é uma glândula em formato de borboleta (com dois lobos), localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão.

Os hormônios produzidos por ela – T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) – agem na função de órgãos vitais como coração, cérebro, fígado e rins. Interferem, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional, garantindo o equilíbrio do organismo.

Quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso, provocando o hipertireoidismo ou em quantidade insuficiente causando o hipotireoidismo.

No hipertireoidismo o corpo começa a funcionar rápido demais: o coração dispara, o intestino solta, a pessoa fica agitada, fala demais, gesticula muito, dorme pouco, sentindo-se com muita energia, mas também muito cansada.

Ao contrário, se a produção de hormônio é insuficiente, provoca o hipotireoidismo. O organismo começa a funcionar mais lentamente: o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido. Ocorrem, também, diminuição da capacidade de memória, cansaço excessivo, dores musculares e articulares, sonolência, pele seca, ganho de peso, aumento dos níveis de colesterol no sangue e, ainda, depressão.

Tanto nos casos de hipo como nos de hipertireoidismo, pode ocorrer aumento no volume da tireoide, chamado bócio, detectável no exame físico. Problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso, em homens e em mulheres.

Tratamento:

Hipotireoidismo: reposição do hormônio tiroxina que a tireoide deixou de fabricar. Como dificilmente a doença regride, ele deve ser tomado por toda a vida, mas os resultados são muito bons.

Hipertireoidismo: o tratamento pode incluir medicamentos, iodo radioativo e cirurgia, dependendo das características e causas da doença.

Outros transtornos da tireoide:

Bócio: popularmente conhecido como papo, é o nome que se dá ao aumento da glândula tireoide. Esse crescimento anormal pode tomar a glândula toda e tornar-se visível na frente do pescoço; ou, então, surgir sob a forma de um ou mais nódulos (bócio nodular), que podem não ser perceptíveis exteriormente. Pode ser causado pela carência de iodo na dieta, por hipo ou hipertireoidismo, tumores ou infecções.

Hipotireoidismo congênito: problema hereditário que impossibilita o organismo de produzir o hormônio tireoidiano T4, impedindo o crescimento e o desenvolvimento do recém-nascido.

A doença é diagnosticada por meio do Teste do Pezinho e curável com a administração de hormônio tireoidiano, sob rigoroso controle médico. Sem diagnóstico e sem tratamento, é a causa mais comum de retardo do desenvolvimento mental, acometendo um a cada 4 mil recém-nascidos.

Tireoidites: conjunto de doenças inflamatórias que afetam a glândula tireoide. Em alguns casos, o paciente sente dores, mas em outros, apresenta os sintomas básicos do hiper ou do hipotireoidismo.

Câncer de tireoide: tipo raro de câncer que ocorre em aproximadamente 1% da população.

Doença de Graves: doença autoimune que provoca um tipo de hipertireoidismo em que, além das manifestações mais comuns, apresenta como sintoma irritação nos olhos e pálpebras.

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Núcleo de Telessaúde de Sergipe
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia 2
Thyroid Federation International (Canadá)