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TAQUETTE, Stella R.; ANDRADE, Renata Bessa de; VILHENA, Marília M. et al. A relação entre as características sociais e comportamentais da adolescente e as doenças sexualmente transmissíveis. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 51, n. 3, p. 148-152, maio/jun. 2005. Disponível em Scielo
OBJETIVO:Conhecer algumas características sociais e comportamentais das adolescentes do sexo feminino com DST e compará-las com as adolescentes sem DST atendidas no NESA-UERJ (Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro) para identificação de possíveis fatores de risco às DST. MÉTODOS:Foi realizado um estudo observacional, transversal, através de entrevistas semi-estruradas com adolescentes que procuraram atendimento no NESA entre agosto/01 e julho/02. Na análise dos dados, computamos a freqüência das variáveis e fizemos comparações entre os dois grupos de adolescentes, com e sem DST, aplicando-se o teste Qui-quadrado com nível de signficância de 5%. RESULTADOS:Entrevistamos 251 adolescentes, sendo 78 (31,1%) sexualmente ativas portadoras de DST, 83 (33,1%) sexualmente ativas sem DST e 90 (35,8%) ainda virgens. O primeiro coito ocorreu em média aos 15 anos em ambos os grupos de sexualmente ativas e o diagnóstico de vulvovaginite revelou-se com mais freqüência. Comparando as jovens com DST com as que não tinham, observou-se, respectivamente, atraso escolar em 41% e 23,1% (p<0,05), uso de bebidas alcoólicas no último mês em 43,6% e 25,4% (p<0,05), consumo de outras de drogas em 15,4% e 2,9% (p<0,05), não viviam com ambos os pais 73,1% e 46,8% (p<0,05), violência intrafamiliar em 52,6% e 38,1% (p<0,05), sofreram abuso sexual 33,3% e 11,6% (p<0,05) e não utilizaram preservativo nas relações sexuais 80,3% e 59% (p<0,05). CONCLUSÕES:Os resultados indicam uma multiplicidade de fatores de risco às DST entre as adolescentes estudadas. Pensamos que a intervenção das equipes de saúde no sentido de diminuir a incidência das DST na adolescência deve incidir primordialmente na promoção do uso constante do preservativo em todas as relações sexuais, visto que a redução dos outros fatores de risco parece depender mais de ações que ultrapassam o âmbito da saúde.