“Educação inclusiva”: 02/4 –  Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo


 

A temática da educação inclusiva está intrinsecamente ligada ao tema de 2021 do Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo: “Inclusão no Local de Trabalho”.

No evento comemorativo do ano passado, os palestrantes enfatizaram o quão crucial é promover uma educação inclusiva de qualidade para pessoas no espectro do autismo, para que possam realizar seu potencial e alcançar sucesso sustentável no mercado de trabalho.

Nesse sentido, a educação inclusiva é a chave para a promessa transformadora dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, de “não deixar ninguém para trás”.

As metas específicas para o ODS 4 referem-se à necessidade de garantir “igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional” para pessoas com deficiência e construir e melhorar instalações educacionais que sejam sensíveis à deficiência e que forneçam “ambientes de aprendizagem inclusivos e eficazes para todos”.

O autismo é uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal; entretanto, terapias adequadas a cada caso podem auxiliar essas pessoas a melhorar sua relação com o mundo.

Os transtornos do espectro autista (TEAs) aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros 5 anos de vida.

Pessoas afetadas pelos TEAs frequentemente têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O nível intelectual varia muito de um caso para outro, variando de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.

Embora algumas pessoas com TEAs possam viver de forma independente, existem outras com deficiências severas que precisam de atenção e apoio constante ao longo de suas vidas.

As intervenções psicossociais baseadas em evidência, tais como terapia comportamental e programas de treinamento para pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e de comportamento social e ter um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida de pessoas com TEAs e seus cuidadores. As intervenções voltadas para pessoas com TEAs devem ser acompanhadas de atitudes e medidas amplas que garantam que os ambientes físicos e sociais sejam acessíveis, inclusivos e acolhedores.

Sintomas:

De acordo com o quadro clínico, os sintomas podem ser divididos em 3 grupos:

– ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;

– o paciente é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;

– domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite levar a vida próxima do normal.

Tratamento:

O autismo é um transtorno crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar. Envolve a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores. É altamente recomendado que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com autismo é igual a outra.

No Brasil ainda não há estudos sobre a prevalência do TEA na nossa população, mas segundo a estimativa da OMS o Brasil pode ter mais de 2 milhões de pessoas com autismo.

Avançamos muito no conhecimento sobre o TEA, mas precisamos avançar mais nas questões como assegurar à pessoa com TEA seu poder de decisão, acesso à educação secundária, ao emprego e à vida independente e participação social, como afirma o secretário-geral da ONU, António Guterres.

A data comemorativa foi estabelecida em 2007, com o objetivo de difundir informações sobre o autismo como forma de reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno

A celebração deste ano abordará a educação inclusiva no contexto do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 4 – Educação de qualidade, por meio de evento virtual que incluirá um painel de discussão moderado, juntamente com breves apresentações de educadores e outros especialistas:  “Inclusive Quality Education for All” (Educação Inclusiva de Qualidade para Todos), que ocorrerá no dia 8 de abril de 2022, das 10:00 – 11:15 a.m. EST.

As inscrições podem ser feitas aqui!


Fontes
:

Associação de Amigos do Autista
Lei nº 12.764/2.012, institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista
Organização das Nações Unidas (ONU)
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Universidade Federal de Viçosa. Unidade Interdisciplinar de Políticas Inclusivas