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GRANJA, Gabriela Ferreira; ZOBOLI, Elma Lourdes Campos Pavone; FRACOLLI, Lislaine Aparecida. O discurso dos gestores sobre a equidade: um desafio para o SUS. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 12, p. 3759-3764, dez. 2013. Disponível em Scielo
A equidade é um dos pilares da Sistema único de Saúde (SUS). Entretanto, a análise da literatura científica demonstra que este conceito é polissêmico e assume diversas interpretações. Este artigo tem como objetivo identificar os sentidos conferidos à equidade no discurso dos gestores do SUS. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os sujeitos de três municípios do Estado de São Paulo: Marília, São Carlos e Santos. As entrevistas foram gravadas, transcritas e organizadas através do Discurso do Sujeito Coletivo. Na análise dos resultados, foram encontradas três categorias centrais: Tratar todos de forma igualitária; tratar os desiguais de forma desigual, priorizando os mais necessitados, segundo a condição socioeconômica; e tratar os desiguais de forma desigual, priorizando os grupos específicos, segundo critério de risco. A polissemia encontrada na literatura científica foi também encontrada nos discursos. Os gestores reconhecem a equidade como um princípio do SUS e buscam critérios clínicos e epidemiológicos prudentes que justifiquem suas escolhas na alocação de recursos. Há necessidade de novos estudos a respeito do conceito e da operacionalização da equidade e a necessidade de ouvir os demais atores do SUS, que integram as ações e são corresponsáveis pelas decisões em Saúde.