O Dia Internacional do Câncer na Infância foi criado em 2002 pela Childhood Cancer International como uma campanha colaborativa global para aumentar a conscientização sobre o câncer infantil e seus desafios únicos, destacando a importância do envolvimento e do apoio da comunidade na abordagem do problema.
No intervalo de três anos (2024 a 2026), a celebração do Dia Internacional do Câncer na Infância embarca em uma jornada transformadora, centrada em entender e enfrentar os desafios enfrentados por crianças com câncer, cuidadores, sobreviventes, profissionais de saúde e pesquisadores, em todo o mundo.
A campanha foi desenhada para avançar em diferentes fases, contribuindo para uma narrativa abrangente que evolui com o tempo.
Ano 1: Revelando desafios: Será dedicado à compilação de desafios e desigualdades enfrentadas por aqueles que navegam no complexo do câncer infantil.
Ano 2: Ação inspiradora: Com base nos conhecimentos recolhidos durante o primeiro ano, a segunda fase da campanha vai mudar seu foco para soluções viáveis.
Ano 3: Demonstrando o impacto: No último ano, a campanha vai mostrar o impacto alcançado através dos esforços coletivos da comunidade global para superar desafios e reduzir as desigualdades. Ao apresentar resultados tangíveis, histórias de sucesso e mudanças positivas oriundas das ações dos anos anteriores, pretende-se sublinhar o poder da unidade e da dedicação partilhadas. Esta fase promoverá um impulso contínuo na busca pelo acesso equitativo ao tratamento e aos cuidados para todas as crianças que enfrentam a doença.
O impacto do câncer infantil traduz-se em anos de vida perdidos, desigualdades mais significativas e dificuldades econômicas. Esta situação pode e deve mudar.
Para fortalecer a resposta dos sistemas de saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Hospital de Pesquisa Infantil St. Jude estão colaborando com os Ministérios de Saúde, oncologistas pediátricos e fundações para desenvolver Planos Nacionais de Câncer Infantil no âmbito da Iniciativa Global para o Câncer Infantil (GICC) que visa alcançar uma taxa de sobrevivência de, pelo menos, 60% para a população infanto-juvenil com câncer, até 2030.
O câncer infanto-juvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer parte do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o infanto-juvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação.
Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais. As causas de câncer pediátrico são desconhecidas, entretanto, um pequeno número de casos (cerca de 10%) se devem a anormalidades genéticas ou hereditárias.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de novos casos em 2020, foi 8.460, sendo 4.310 para o sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino e o número de mortes: 2.425, sendo 1.357 homens e 1.067 mulheres (2021).
Os tipos mais comuns de câncer infantil são leucemias (câncer dos tecidos produtores de sangue), linfomas (câncer do sistema linfático) e tumores cerebrais.
Enquanto muitos cânceres adultos têm sido associados a questões ambientais, ocupacionais ou de estilo de vida, como dieta, consumo de álcool e tabagismo, as causas da maioria dos cânceres infantis ainda são desconhecidas.
Para o INCA, crianças com os sintomas abaixo apresentam sinais de alerta para o câncer infantil e devem ser avaliadas por um médico:
– Palidez, hematomas ou sangramento;
– Caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores, sem febre ou outros sinais de infecção;
– Perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, suores noturnos;
– Alterações nos olhos, como: pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos;
– Inchaço abdominal;
– Dores de cabeça, especialmente se for incomum, persistente ou grave, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias);
– Dor em membros como braços ou pernas, ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção;
– Fadiga, letargia ou mudanças no comportamento, como isolamento;
– Tontura, perda do equilíbrio ou da coordenação.
Fontes:
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
International Childhood Cancer Day
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)