O Dia Mundial da Poliomielite, que acontece em 24 de outubro, destaca os esforços globais para eliminar a poliomielite e a importância da vacinação na proteção das crianças contra a doença. É também uma oportunidade para valorizar o papel essencial de todas as mães, pais, cuidadores, profissionais de saúde e voluntários que são fundamentais na distribuição de vacinas às crianças e às suas comunidades.
A Região das Américas foi certificada como livre da poliomielite em 1994. Desde então, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem convidado os países a manterem uma elevada cobertura vacinal e a reforçarem a vigilância para manter as comunidades protegidas do risco de um possível evento ou surto.
Como parceiro fundador da Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite, o Rotary lidera há 30 anos os esforços em livrar o mundo da doença, que já resultou na redução dos casos em 99,9%, desde o seu primeiro projeto para vacinar crianças nas Filipinas em 1979. Apenas dois países continuam a ser endêmicos para a poliomielite: Afeganistão e Paquistão.
Os esforços conjuntos entre o Rotary e a OPAS, trabalhando juntos há mais de 25 anos, ajudaram a tornar as Américas a primeira região do mundo a ser certificada como livre da poliomielite e a manter essa conquista ao longo do tempo.
O Rotary é uma rede global de 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo, cujos membros acreditam ter a responsabilidade compartilhada de agir juntos para promover a paz, combater doenças, salvar mães e crianças, apoiar a educação, fornecer água potável, promover saneamento e higiene e incrementar o crescimento de economias locais.
No Brasil, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade de Souza/PB. A estratégia adotada para a eliminação do vírus no país foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio (VOP). O país recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994.
A Poliomielite ou paralisia infantil é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus. Provoca infecção da medula e do cérebro, podendo infectar crianças e adultos e, em casos graves, acarretar paralisia nos membros inferiores.
A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus, por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia.
Os sinais e sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, desde ausência de sintomas até manifestações neurológicas mais graves. Pode causar paralisia e até mesmo a morte, mas a maioria das pessoas infectadas não fica doente e não manifesta sintomas, fazendo com a doença passe despercebida.
Os sintomas mais frequentes são:
– Febre; mal-estar; dor de cabeça; dor de garganta e no corpo; vômitos; diarreia; constipação (prisão de ventre); espasmo; rigidez na nuca; meningite.
A doença não tem cura e suas principais sequelas são:
– Problemas e dores nas articulações;
– Pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão;
– Crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose;
– Osteoporose;
– Paralisia de uma das pernas;
– Paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta;
– Dificuldade de falar;
– Atrofia muscular;
– Hipersensibilidade ao toque.
Na forma paralítica ocorre:
– Aparecimento súbito de deficiência motora, acompanhada de febre;
– Assimetria acometendo, sobretudo a musculatura dos membros, com mais frequência os inferiores;
– Flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada;
– Sensibilidade conservada;
– Persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.
Não existe tratamento específico para a poliomielite e todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas para receberem o tratamento dos sintomas, de acordo com o quadro clínico do paciente.
As sequelas da poliomielite são tratadas por meio de fisioterapia e da realização de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados, além de ajudar na postura, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os efeitos das sequelas. Além disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações.
A vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.
Existem duas vacinas disponíveis contra a poliomielite: a VPO (vacina pólio oral) ou Sabin, também conhecida por ser a vacina da gotinha; e a VIP (vacina inativada pólio) ou Salk, administrada por via intramuscular. As vacinas são conhecidas pelos nomes dos cientistas Jonas Salk e Albert Sabin, que desenvolveram as duas modalidades de imunizantes para a pólio.
Desde 2016, o esquema vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde passou a ser de três doses da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente– VOP (gotinha).
A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da doença.
Até que a poliomielite seja erradicada no mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados e de o vírus voltar a circular em seu território. Para evitar isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer vigilância constante, dentre outras medidas.
Para mais informações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disponibiliza o documento: “Global Polio Surveillance Action Plan 2022-2024”.
Fontes:
Ministério da Saúde
Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)
Prefeitura do Município de Leme – SP
Rotary International