O Dia Mundial da Esclerose Múltipla (EM), celebrado em 30 de maio, é uma campanha anual coordenada pela The Multiple Sclerosis International Federation, desde 2009.
O tema para o período 2024-2025 é o diagnóstico; o nome da campanha é “Meu Diagnóstico de EM e o slogan adotado: Navegando juntos pela EM, cujo foco pretende chamar a atenção para a necessidade de diagnóstico precoce e preciso para todas as pessoas que vivem com a EM. Destaca, ainda, as barreiras globais para diagnosticá-la, aumentando a sensibilização por meio do compartilhamento de histórias e dados reais.
A data objetiva, também, apelar para uma melhor formação para profissionais de saúde, novas pesquisas e avanços clínicos no diagnóstico destacando que, juntos, é possível construir comunidades e sistemas informados e atenciosos para apoiar pessoas diagnosticadas com a doença.
Estima-se que 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo vivam atualmente com EM. No Brasil, cerca de 40 mil pessoas vivem com a doença.
A esclerose múltipla (EM) é uma doença do sistema nervoso central que afeta o cérebro e a medula espinhal – um transtorno neurológico, crônico e autoimune – em que as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando danos à mielina – material gorduroso que isola os nervos, afetando a maneira como os impulsos elétricos são enviados de e para o cérebro.
A maioria das pessoas é diagnosticada entre as idades de 20 e 40 anos, com ocorrência duas a três vezes maior em mulheres do que em homens.
Os sintomas mais comuns incluem:
– Fadiga intensa: é um dos sintomas mais comuns e mais incapacitantes da EM. Manifesta-se por um cansaço intenso e momentaneamente incapacitante. Muito comum quando o paciente se expõe ao calor ou realiza um esforço físico intenso.
– Alterações ligadas à fala e deglutição: fala lenificada, palavras arrastadas, voz trêmula, disartrias, pronúncia hesitante das palavras ou sílabas, bem como dificuldade para engolir líquidos, pastosos ou sólidos.
– Transtornos visuais: visão embaçada; visão dupla.
– Problemas de equilíbrio e coordenação: perda de equilíbrio; tremores; instabilidade ao caminhar; vertigens e náuseas; falta de coordenação; debilidade nas pernas e ao caminhar; fraqueza geral.
– Espasticidade: aumento da contração muscular com rigidez de membros ao movimentar-se, principalmente, os inferiores; sensação de queimação ou formigamento em partes do corpo.
– Transtornos cognitivos: processamento da memória e execução de tarefas.
– Transtornos emocionais: depressão; ansiedade; alterações de humor; irritação; transtorno bipolar.
– Transtornos sexuais: disfunção erétil nos homens; diminuição de lubrificação vaginal nas mulheres.
Tratamento:
Os tratamentos medicamentosos disponíveis para Esclerose Múltipla buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos* ao longo dos anos, contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidades durante a vida do paciente. Não há cura, mas o tratamento pode modificar o curso da doença.
* Os surtos são crises inflamatórias que, ao agredirem a bainha de mielina, provocam os sintomas. Essa inflamação normalmente dura algumas semanas, desaparecendo depois.
Aliada a terapia medicamentosa, a neurorreabilitação é fundamental para reduzir a espasticidade, os espasmos, a fadiga e a depressão, dentre diversos outros sintomas.
Terapias complementares e de apoio promovem harmonia física e emocional, auxiliando na melhora da capacidade de realizar atividades do dia a dia, contribuindo com melhorias no aspecto psicológico, como na autoestima, na autoconfiança e na aceitação de sua condição. No aspecto físico, ajudam a aliviar dores, melhoram a força e a flexibilidade.
Fontes:
Associação Brasileira de Esclerose Múltipla
Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina
Dr. Dráuzio Varella
The Multiple Sclerosis International Federation