Com o tema “Minha marca, minha história”, a campanha de 2024 do Dia Internacional de Conscientização sobre Hemangiomas pretende fazer chegar a todos os cantos do mundo uma mensagem de aceitação e esperança para a comunidade global que vive com hemangioma ou outras anomalias vasculares congênitas.
A data comemorativa é um movimento internacional de conscientização promovido pela The Vascular Birthmarks Foundation.
No Brasil, a celebração foi instituída Lei nº 14.588/2023 como Semana Nacional de Conscientização sobre Hemangiomas e Anomalias Vasculares, a realizar-se na semana do dia 15 de maio.
Hemangioma é o nome dado ao conjunto de vasos sanguíneos que se multiplicam de maneira atípica e se agrupam em alguma parte do corpo. É um tumor benigno de origem vascular considerado o mais frequente em recém-nascidos e crianças (acomete cerca de 3% dos recém-nascidos).
As lesões podem raramente estar presentes ao nascimento, mas praticamente todos os hemangiomas estarão visíveis ao final do primeiro mês de vida. Acomete mais meninas que meninos (proporção de 5:1), recém-nascidos prematuros e de baixo peso, e crianças cujas mães se submeteram a exames invasivos (biópsia de placenta, aspiração de líquido amniótico) durante a gravidez. As lesões podem ser únicas ou múltiplas e se localizam preferencialmente na face, couro cabeludo e no tronco.
Características:
Hemangiomas superficiais apresentam uma coloração avermelhada e brilhante, semelhante à cor do morango ou da framboesa. Quando se localizam mais profundamente, têm uma tonalidade azulada ou violácea.
O hemangioma infantil (HI) apresenta uma evolução bem característica: durante o primeiro ano de vida, especialmente nos quatro primeiros meses, observa-se um crescimento rápido da área e do volume. A partir de então, a lesão interrompe seu crescimento e começa uma lenta e longa involução. Portanto, todos os hemangiomas, de forma completa ou praticamente completa, desaparecem espontaneamente ao longo da vida.
Esse fato faz com que, na maioria dos casos, o tratamento possa se limitar a apenas observar sua evolução, sem necessidade de medicamentos ou cirurgias. Porém, pode haver complicações e a mais comum é a ulceração, que além de ser muito dolorosa, pode resultar em sangramentos e infecções secundárias. Os HI com maior risco de ulceração são aqueles localizados em áreas de atrito como a região das fraldas, cotovelos, ombros e joelhos, nos lábios, e lesões de grandes dimensões.
Hemangiomas na área dos olhos podem comprometer a visão, especialmente quando localizados na pálpebra superior. Lesões acometendo as metades direita e esquerda da face apresentam risco aumentado de hemangioma da laringe, o que pode levar à obstrução respiratória. Todos os pacientes que apresentam mais de cinco lesões de HI devem ser avaliados com exames de imagem (ultrassom, tomografia ou ressonância) para detectar a presença de hemangiomas em órgãos internos, especialmente o fígado. Lesões de grandes dimensões, quando não tratadas adequadamente, podem resultar em importante comprometimento estético e quando localizados na face podem se associar a alterações neurológicas, cardíacas e oculares (síndrome PHACES).
Tratamento:
As lesões de pequenas dimensões e não ulceradas, aquelas que não apresentam risco de comprometimento estético e não prejudicam o funcionamento de um órgão, podem ser simplesmente acompanhadas em intervalos regulares. Caso haja indicação de tratamento, o que é determinado pelo médico, ele deve ser iniciado o mais precocemente possível, já que os hemangiomas atingem 80% do seu volume total nos primeiros quatro meses, e deve ser mantido durante todo o primeiro ano de vida. Os métodos que podem ser utilizados incluem medicamentos tópicos, orais, lasers e cirurgia.
Obs.: As causas do hemangioma ainda não foram totalmente estabelecidas e não há como prevenir o problema.
Fontes:
A. C. Camargo Cancer Center
Hospital Israelita Albert Einstein – Blog Vida Saudável
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Dermatologia
The Vascular Birthmarks Foundation
