“Nenhuma Mulher Fica Para Trás”: 08/5 – Dia Mundial do Câncer de Ovário


 

O Dia Mundial do Câncer do Ovário, comemorado em todo o mundo em 08 de maio, foi estabelecido em 2013 por um grupo de líderes de organizações com o objetivo de aumentar a sensibilização a respeito do problema.

A campanha é uma iniciativa da World Ovarian Cancer Coalition e apoiada por cerca de 200 instituições do globo que fazem da data um momento em que as vozes se levantam em solidariedade na luta contra o câncer do ovário. Em 2024, o tema continua sendo o do ano anterior: “Nenhuma Mulher Fica Para Trás”.

 

O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero. A quase totalidade das neoplasias ovarianas (95%) é derivada das células epiteliais (que cobrem a superfície externa do ovário). O restante provém de células germinativas (que formam os óvulos) e células estromais (que produzem a maior parte dos hormônios femininos).

De acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (FEBRASGO), o câncer de ovário é classificado como o sétimo tipo mais comum e representa a nona causa de morte por câncer entre mulheres em todo o mundo. Ainda, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que entre os anos de 2023 e 2025 sejam diagnosticados mais de 7 mil novos casos dessa neoplasia por ano.

Fatores que aumentam o risco para desenvolver câncer de ovário:

– Idade: a incidência aumenta com o avanço da idade.

– Fatores reprodutivos e hormonais: o risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que tomam contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) ou que tiveram vários filhos. Por outro lado, mulheres que nunca tiveram filhos parecem ter risco aumentado para câncer de ovário.

– Menarca (primeira menstruação) precoce (antes dos 12 anos) e idade tardia na menopausa (após os 52 anos) podem estar associadas a risco aumentado de câncer de ovário.

– A infertilidade é fator de risco para o câncer de ovário, mas a indução da ovulação para o tratamento da infertilidade não parece aumentar o risco de desenvolver a doença.

– O risco de câncer de ovário com terapia hormonal pós-menopausa aparenta ser pequeno.

– História familiar: histórico familiar de cânceres de ovário, colorretal e de mama está associado a risco aumentado de câncer de ovário.

– Fatores genéticos: mutações em genes, como BRCA1 e BRCA2, estão relacionadas a risco elevado de câncer de mama e de ovário.

– Excesso de gordura corporal aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de ovário.

– Mulheres que trabalham expostas a amianto ou a raios X e gama apresentam risco aumentado de câncer de ovário.

Sinais e sintomas:

Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas, náusea, indigestão, gases, prisão de ventre, diarreia, falta de apetite, desejo de urinar com mais frequência, cansaço constante e/ou massa palpável no abdome.

Tratamento:

A doença pode ser tratada com cirurgia ou quimioterapia. A escolha vai depender, principalmente, do tipo histológico do tumor, do estadiamento (extensão da doença), da idade, das condições clínicas da paciente e se o tumor é inicial ou recorrente.

Idealmente, a cirurgia é o procedimento inicial, mas ela está indicada apenas quando é possível realizar a ressecção de todo o tumor. Nesses casos, a quimioterapia é indicada após a retirada do tumor (quimioterapia adjuvante), com a intenção de reduzir o risco de reincidência da doença. Se a cirurgia inicial não for indicada pela impossibilidade da retirada completa do tumor, a quimioterapia é realizada antes do procedimento cirúrgico (este tipo de tratamento é chamado quimioterapia neoadjuvante).

A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou pela realização de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Prevenção:

Até o momento não há um exame preventivo para o diagnóstico precoce do câncer de ovário. Alguns estudos tentaram avaliar o papel da detecção precoce desse tipo de câncer, mas os resultados não foram satisfatórios em mulheres sem histórico familiar positivo para essa neoplasia ou síndromes genéticas.

As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco, manter o peso corporal saudável e consultar regularmente o seu médico, principalmente a partir dos 50 anos.

“Cuidar da alimentação, praticar atividades físicas regularmente, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de buscar acompanhamento médico regular, são as melhores armas que temos para defender nossa saúde”, reforça o Dr. Eduardo Candido, presidente da Comissão de Ginecologia Oncológica da FEBRASGO.

 

Fontes:

Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (FEBRASGO)
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Ovarian Cancer Foundation (Nova Zelândia)
World Ovarian Cancer Coalition