Observatório do SUS é lançado com debate sobre o sistema público de saúde


 

As ameaças, as oportunidades e a potência do sistema único de saúde foram as palavras que deram o tom ao lançamento do Observatório do SUS da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), realizado na última segunda-feira (10/7). Coordenado pela Vice-Direção de Escola de Governo em Saúde (VDEGS/Ensp/Fiocruz), o Observatório do SUS é um lugar de discussão sobre a conjuntura política da saúde, agendas e políticas de saúde, assim como de apresentação e visibilidade de experiências bem-sucedidas, inovadoras e fortalecedoras do sistema único de saúde brasileiro.

O SUS: sob ameaça ou diante de uma janela de oportunidade?

O lançamento do Observatório do SUS contou ainda com a palestra “O SUS: sob ameaça ou diante de uma janela de oportunidade? ”, ministrada pelo sanitarista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Gastão Wagner de Sousa Campos. Em sua fala, Gastão apontou algumas das atuais ameaças para o SUS, assim como as oportunidades que chegam com elas. Entre as ameaças, ele citou as tentativas de privatização e terceirização do SUS por movimentos políticos e grupos de interesse, que enfraquecem o sistema único de saúde.

Como principais dificuldades para o avanço do SUS, Gastão apontou a fragilidade do padrão de gestão pública nacional, marcada pela disputa pela apropriação do orçamento público do SUS, o que gera desconfiança da população em relação ao sistema único de saúde, além de dificultar a sua institucionalização. Por outro lado, segundo Gastão, diante de tal ameaça, se abriu uma janela de oportunidades: o movimento sanitário brasileiro, que inclui o controle social, a exemplo da 17ª Conferência Nacional de Saúde.

Como pontos que precisam constar na Agenda do SUS, Gastão defendeu o reconhecimento da potência do sistema público de saúde e da capacidade de indução econômica e política do Ministério da Saúde na elaboração de políticas. Entre as estratégias para o SUS, o sanitarista citou o investimento na Atenção Primária à Saúde, cuja cobertura, segundo ele, precisa ser dobrada, de forma a garantir a efetividade e a eficiência do sistema público de saúde. Gastão também propôs avanços na gestão de redes, na regionalização e na atenção especializada; e sugeriu a ampliação do controle social, por meio da clínica ampliada, centrada na pessoa, e compartilhada horizontalmente com o sujeito, pares, equipes e gestores. “A ideia é ampliar as possibilidades de interação para além da política”, concluiu.

 

Fonte:

Agência Fiocruz de Notícias