Mesmo com a adoção de bons hábitos de higiene e a erradicação de doenças graves, a imunização seguirá sendo necessária. Afinal, quando a cobertura vacinal cai, aumenta a chance de doenças raras, como a poliomielite, o sarampo e a coqueluche, se tornarem novamente uma ameaça à saúde das pessoas.
No Brasil, o calendário vacinal é definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e prevê a aplicação de doses desde o nascimento até o final da vida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), proteger a nós mesmos e às pessoas que nos rodeiam são os dois principais motivos para se vacinar.
Vacinas são comprovadamente seguras e a melhor estratégia para proteger a nós mesmos e a quem nos rodeia. O Tira Dúvida do Instituto Butantan reuniu cinco mitos e três verdades sobre a importância da vacinação para o controle de doenças.
MITO. A vacina da gripe é composta por um vírus inativado, ou seja, ele está morto. É algo simplesmente impossível, não existe como pegar gripe por meio dessa vacina.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), reações leves como dor, vermelhidão e endurecimento do local onde a vacina foi aplicada podem ocorrer e tendem a desaparecer em até 48 horas. Apenas 10% dos vacinados têm febre, mal-estar e dor muscular, geralmente entre 6 e 12 horas após a imunização, podendo durar por até dois dias.
MITO. Diversos estudos já comprovaram que não existe qualquer tipo de relação entre a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola e o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a SBIM, uma das principais pesquisas sobre o assunto avaliou 95.727 crianças, durante mais de dez anos nos Estados Unidos, e confirmou que a vacinação com uma ou duas doses da tríplice viral não estava associada ao risco aumentado de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em qualquer idade.
VERDADE. Hoje em dia, são raros ou até mesmo inexistentes os casos de pessoas com doenças infecciosas como difteria, sarampo, caxumba, coqueluche, poliomielite, rotavírus, rubéola e tétano. Isso só foi possível graças ao sucesso das imunizações em massa. Na década de 60, por exemplo, a campanha de vacinação contra a varíola erradicou a doença em 1971, conforme informações do Ministério da Saúde. Vacinas estimulam o sistema imunológico do corpo, protegendo contra infecções e o agravamento de doenças.
MITO. Há tempos, uma lenda urbana dizia que crianças com catapora deveriam se aproximar de outras com a mesma doença. Dessa maneira, o vírus seria eliminado. Porém, esse fato nunca foi comprovado cientificamente.
Outro esclarecimento importante é relacionado à imunização cruzada com o vírus da varicela. Por mais que depois de adquirir o vírus da varicela a pessoa fique imune à catapora, ele permanece no corpo e pode ser reativado, levando a um quadro de herpes-zóster, segundo o Ministério da Saúde. As crianças com a condição, que é altamente contagiosa, devem se afastar da creche ou escola por, no mínimo, sete dias após o aparecimento das primeiras manchas no corpo.
VERDADE. Algumas pessoas podem ter reações adversas leves a moderadas após a imunização. Isso significa que o sistema imunológico já está trabalhando para proteger o corpo contra aquele determinado vírus. Segundo a OMS, os principais efeitos colaterais da vacina contra Covid-19 são febre, cansaço, dor de cabeça, dores musculares, calafrios e diarreia. A maioria dos desconfortos passam em um ou dois dias, sem necessidade de medicação.
MITO. Inserção de microchips, infertilidade, alteração no DNA e uso de células fetais humanas foram alguns dos absurdos relacionados à imunização contra o vírus SARS-CoV-2 que pipocaram por aí.
Diante de tantas mentiras, a OMS já atestou por diversas vezes a segurança e a eficácia dos imunizantes. De acordo com a instituição, milhões de pessoas, ao redor de todo o globo, já receberam com segurança as vacinas contra Covid-19. O órgão também reforça que todos os imunizantes passam por um rigoroso processo de testes, incluindo ensaios clínicos capazes de identificar qualquer tipo de problema ou insegurança com as substâncias.
MITO. A OMS afirma que não há problemas em administrar diversas vacinas ao mesmo tempo nas crianças. A chamada vacinação combinada é indicada para que os pequenos recebam menos injeções e sintam menos desconforto. Além disso, mesmo quando há necessidade de tomar mais de uma picada no mesmo dia, os responsáveis pela criança não precisam ir tantas vezes ao posto de saúde, economizando tempo e dinheiro.
VERDADE. Entre os anos de 2017 e 2019, diversas regiões brasileiras sofreram com surtos de febre amarela. Achados de um estudo liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz em parceria com o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais reforçam a importância de uma alta cobertura vacinal nas áreas onde há indicadores da doença. Durante o período, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) enviou imunizantes contra a doença, contribuindo para que os estados brasileiros respondessem rapidamente ao crescimento da doença. De acordo com a organização, garantir vacinas acessíveis e um mercado de imunização duradouro são competências essenciais para o controle dos surtos.
Fonte: