“Protegendo os jovens da interferência da indústria do tabaco” : 31/5 – Dia Mundial Sem Tabaco 


 

O tabagismo é o ato de consumir cigarros ou outros produtos que contenham tabaco, cujo princípio ativo é a nicotina. A OMS afirma que o tabagismo deve ser considerado uma pandemia, ou seja, uma epidemia generalizada, e como tal precisa ser combatido.

A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.720 substâncias tóxicas diferentes, sendo mais de 60 delas cancerígenas. As principais são:

  • Nicotina: causadora do vício e cancerígena;
  • Benzopireno: substância que facilita a combustão existente no papel que envolve o fumo;
  • Substâncias radioativas: polônio 210 e carbono 14;
  • Agrotóxicos;
  • Solvente: benzeno;
  • Metais pesados: chumbo e o cádmio (um cigarro contém de 1 a 2 mg, concentrando-se no fígado, rins e pulmões, tendo meia-vida de 10 a 30 anos, o que leva a perda de capacidade ventilatória dos pulmões, além de causar dispneia, enfisema, fibrose pulmonar, hipertensão, câncer nos pulmões, próstata, rins e estômago);
  • Níquel e arsênico: armazenam-se no fígado e rins, coração, pulmões, ossos e dentes, podendo causar gangrena dos pés, danos ao miocárdio, etc.

O tabaco e seus derivados:

O tabaco pode ser usado de diversas maneiras de acordo com sua forma de apresentação: inalado (cigarro, dispositivos eletrônicos para fumar, charuto, cigarro de palha); aspirado (rapé); mascado (fumo-de-rolo), porém, sob todas as formas ele é maléfico à saúde.

Doenças causadas pelo uso de derivados de tabaco:

O tabagismo causa cerca de 50 doenças diferentes, principalmente as cardiovasculares, tais como: hipertensão, infarto, angina e derrame. É responsável por muitas mortes por câncer de pulmão, de boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rim e bexiga e pelas doenças respiratórias obstrutivas como a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. O tabaco diminui as defesas do organismo e com isso o fumante torna-se mais vulnerável para adquirir doenças infecciosas. O tabaco também causa impotência sexual.

Fumo durante a gravidez:

Fumar durante a gravidez traz sérios riscos para a gestante e aumenta o risco de mortalidade fetal e infantil – os riscos se devem, principalmente, aos efeitos do monóxido de carbono e da nicotina exercidos sobre o feto, após a absorção pelo organismo materno. Estes riscos são:

  • Abortos espontâneos;
  • Nascimentos prematuros;
  • Bebês de baixo peso;
  • Mortes fetais e de recém-nascidos;
  • Gravidez tubária;
  • Deslocamento prematuro da placenta;
  • Placenta prévia e
  • Episódios de sangramento.

Comparando-se a gestante que fuma com a que não fuma, a fumante apresenta mais complicações durante o parto e têm o dobro de chances de ter um bebê de menor peso e menor estatura. Fumar durante a amamentação também prejudica a saúde do bebê, pois a nicotina passa para o leite que é ingerido.

Fumante passivo:

É o indivíduo que convive com fumantes e que inala a fumaça de derivados do tabaco em ambientes fechados. Os não fumantes, ao respirarem a fumaça do tabaco têm um risco maior de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo. As crianças, por terem uma frequência respiratória mais elevada, são mais atingidas, sofrendo consequências drásticas na sua saúde, incluindo doenças como a bronquite, pneumonia, asma e infecções do ouvido médio.

Gestantes submetidas ao fumo passivo também estão expostas aos riscos, absorvendo substâncias tóxicas da fumaça que, pelo sangue, passam para o feto.

Parar de fumar:

Parar de fumar leva a benefícios que vão além da prevenção de doenças. A questão do redirecionamento de recursos financeiros utilizados para compra de cigarros para custeio de atividades de lazer, por exemplo. Quem sabe fazer aquela viagem que está há tempos querendo realizar ou curso que ainda não fez devido à falta de dinheiro. Ainda, parar de fumar frequentemente leva a um aumento significativo na disposição e fôlego para a realização de atividades físicas como caminhadas, corridas e prática de esportes.

O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio das Unidades Básicas de Saúde, oferece tratamento integral e gratuito para quem quer parar de fumar. Medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar e o medicamento bupropiona fazem parte do rol de tratamentos, além do acompanhamento médico necessário para cada caso.

Benefícios da cessação do tabagismo:

  • Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação se normalizam.
  • Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue.
  • Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza.
  • Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor.
  • Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida.
  • Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora.
  • Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.
  • Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.

 

O Dia Mundial Sem Tabaco de 2024 pretende chamar a atenção para a necessidade de que os governos adotem políticas que protejam jovens e crianças das práticas manipuladoras utilizadas pelas indústrias do tabaco e outras relacionadas, incluindo a comercialização incessante dos seus produtos nocivos por meio das redes sociais e plataformas de streaming.

Fatos importantes:

– Existe 1,3 bilhão de consumidores de tabaco em todo o mundo.

– O tabaco mata cerca de 8 milhões de pessoas todos os anos (mais de 7 milhões de fumantes ativos e mais de 1 milhão de não fumantes expostos ao fumo passivo), incluindo 1 milhão na região das Américas.

– A esperança de vida dos fumantes é pelo menos dez anos inferior à dos que não fumam.

– O tabaco é o único produto de consumo legal que mata até metade dos seus usuários, quando consumido da forma pretendida pelo fabricante. As empresas de tabaco gastaram mais de 8 bilhões de dólares em marketing e publicidade.

– Crianças e adolescentes que usam cigarros eletrônicos têm pelo menos o dobro da chance de passar a fumar cigarros mais tarde na vida.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) há muito recomenda restrições de comercialização no contexto de produtos de tabaco e nicotina, bebidas alcoólicas, alimentos e bebidas destinadas a crianças e substitutos do leite materno. Mas a questão de como implementar estas recomendações tornou-se mais complexa à medida que os meios digitais cresceram e as grandes plataformas online centraram os seus negócios na publicidade e, especificamente, direcionando-a aos consumidores com base na sua atividade online ou nos dados pessoais que partilham.

Em resposta a estes desafios, um documento técnico a ser lançado em uma série de webinários vai examinar como as restrições ao marketing digital podem ser implementadas pelos Estados-Membros como parte de restrições mais amplas, descrever os desafios atuais específicos da publicidade digital e fornecer opções políticas e abordagens que possam ser adotadas na concepção e implementação de restrições.

Detalhes das sessões:

– 7 de junho de 2024, 13h00 CET: Marketing digital de tabaco, álcool, alimentos e bebidas não alcoólicas – Enquadrando os desafios

– 14 de junho de 2024, 13h00 CET: Legislar: Conceber restrições de marketing adequadas a ambientes digitais
– 21 de junho de 2024, 13h CET: Monitorar e aplicar: Garantir o cumprimento das restrições de marketing digital

Obs.: 8 horas é o horário correspondente em São Paulo, Brasil.

As inscrições para a série de webinários estão disponíveis via Plataforma Zoom.

 

Ainda como parte das ações do Dia Mundial sem Tabaco, a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), promove o Seminário on-line: “Experiências e estratégias inovadoras para proteger crianças e jovens do marketing do tabaco”

Data: segunda-feira, 3 de junho de 2024
Hora: 11h (Washington DC ou EDT) – 12h00: hora de Brasília, Brasil
Idiomas: Espanhol, Inglês e Português com tradução simultânea.

Mais informações e inscrições estão disponíveis no site da OPAS

 

Fontes:

Fundação Oswaldo Cruz
Fundação Oswaldo Cruz: Brasília
Organização Mundial de Saúde (OMS)
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)
Secretaria da Saúde do Piauí
Universidade Federal de Pelotas: Coordenação de Comunicação Social