A 22ª Semana de Vacinação nas Américas (SVA) é uma ação regional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), juntamente com os países e territórios e seus parceiros, que visa promover a equidade e o acesso à vacinação em todos os países da Região. No centro desta iniciativa estão os esforços incansáveis dos países para levar a vacinação a populações vulneráveis com pouco ou nenhum acesso a serviços de saúde de rotina, como periferias urbanas, áreas rurais ou fronteiriças e comunidades indígenas.
A campanha de 2024 ocorre de 20 a 27/4, englobando também a 13ª Semana Mundial de Imunização (SMI), na última semana do mês de abril.
É humanamente possível salvar vidas através da imunização
As iniciativas globais de vacinação da segunda metade do século XX são uma das maiores conquistas da humanidade. As campanhas de imunização permitiram erradicar a varíola, quase derrotar a poliomielite e garantir que do que nunca, crianças sobrevivessem e prosperassem.
Este ano, a Semana Mundial da Imunização celebrará os 50 anos do Programa Ampliado de Imunização (PAI) – reconhecendo os esforços coletivos para salvar e melhorar inúmeras vidas das doenças evitáveis pela vacinação e apelando aos países para que aumentem os investimentos em programas de imunização para proteger as próximas gerações.
Em apenas 5 décadas passou-se de um mundo onde a morte de uma criança era algo temido por muitos pais, para um mundo onde cada criança –– se vacinada –– tem a oportunidade de sobreviver e prosperar.
No seu início, em 1974, o Programa Ampliado de Vacinação (PAV) centrou-se na proteção contra 6 doenças infantis, mas hoje este número cresceu para 13 vacinas universalmente recomendadas ao longo da vida e 17 vacinas adicionais, com recomendações de acordo com o contexto. Com a expansão do programa de vacinação ao longo da vida, chama-se agora Programa Essencial de Imunização.
Nos últimos anos, durante a pandemia, o progresso na imunização diminuiu. Embora mais de 4 milhões de crianças tenham sido vacinadas em todo o mundo em 2022 em comparação com 2021, ainda havia 20 milhões de crianças que não receberam uma ou mais vacinas. Os conflitos crescentes, as crises econômicas e o aumento da hesitação em vacinar são algumas das ameaças aos esforços para alcançar estas crianças. Como resultado, o mundo está assistindo a surtos repentinos de doenças como difteria e sarampo que, até agora, estavam praticamente sob controle. Embora a cobertura vacinal global seja boa –– com 4 em cada 5 crianças totalmente cobertas –– há muito a fazer. Pode-se tornar possível que todos beneficiem do poder salvador das vacinas!
Mensagens-chave da campanha:
– Garantir que as vacinas estejam no topo da lista de prioridades para os governos de todos os países;
– Defender que as vacinas sejam parte integrante do planeamento e do investimento nos cuidados de saúde ao longo da vida;
– Garantir que os programas de vacinação sejam adequadamente financiados e dotados de recursos em todos os países;
– Acelerar a investigação e a inovação que promovem o acesso e o apoio às vacinas;
– Falar sobre o impacto das vacinações em nível local, nacional e global.
No Brasil, a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) partiu de estratégias bem-sucedidas que eliminaram a varíola no País dois anos antes, em 1971. Seu fortalecimento com campanhas de grande porte, na década de 1980, também venceu a poliomielite, em 1989. Mas a robustez e a capilaridade conquistadas pelo programa, que hoje tem quase 40 mil salas de vacina, vieram principalmente com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a redemocratização do Brasil e a Constituição de 1988.
O coordenador do PNI, Éder Gatti, conta que foi o direito universal à saúde estabelecido pelo SUS que levou a vacinação de rotina a todos os brasileiros, permitindo um controle ainda mais amplo de doenças infecciosas.
“O programa ganhou muita força com as campanhas contra a pólio, mas se consolidou mesmo na rotina ao longo dos anos 1990, quando teve um índice de altas coberturas vacinais. Isso fez com que várias doenças deixassem de existir no território nacional. Não temos casos de pólio desde 1989, não temos rubéola congênita. A meningite, a coqueluche e o sarampo estão controlados. Tudo isso graças ao PNI.”
Essa estrutura fortaleceu a vacinação de rotina ao longo da década de 1990, impulsionou o complexo econômico e industrial da saúde no país para atender à demanda do PNI e permitiu o acréscimo de novos imunizantes a partir dos anos 2000. “Tivemos, a partir de 2006, um grande incremento de novas vacinas e hoje temos um calendário que garante, na rotina, 18 vacinas para crianças e adolescentes, sem contar os calendários da gestante, do adulto e do idoso, a vacinação de covid-19, que fez grande diferença na pandemia de covid-19, e a vacinação anual contra o Influenza.”
Com o objetivo de promover a colaboração entre o Rotary Internacional e a OPAS em todos os países das Américas e manter o status de região livre da poliomielite, será realizado o Webinar: Iniciativa de erradicação da pólio nas Américas, para realizar atividades conjuntas de defesa e mobilização de recursos em favor da iniciativa de erradicação da poliomielite.
Data: Terça-feira, 23 de abril 2024
Horário: 14h00 – 15h00 EST | 15h00 – 16h00 Brasília
Público-alvo: Escritórios nacionais da OPAS, Associados do Rotary e Governantes dos países das Américas.
Os serviços de interpretação estarão disponíveis em inglês, espanhol, português e francês.
Fontes:
Agência Brasil
Ministério da Saúde
Organização Mundial de Saúde (OMS)
Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)