Queloide


Depois de um corte, um machucado, uma cirurgia ou queimadura, a reação da pele é formar um novo tecido para curar a ferida. O problema é que nem sempre a cicatriz que fica é lisa, fina e discreta. Pode ocorrer um crescimento anormal do tecido na cicatriz, formando o queloide.

É uma alteração benigna, portanto sem risco para a saúde, na qual ocorre uma perda dos mecanismos de controle que normalmente regulam o equilíbrio do reparo e regeneração de tecidos.

O queloide pode afetar os dois sexos igualmente, embora ocorra mais em mulheres. Pessoas com pigmentação mais escura, negras e asiáticas são mais propensas a desenvolver queloides.

Eles podem ocorrer em 5% a 15% das feridas cirúrgicas e apesar de benignos, tendem a voltar mesmo depois de serem removidos por cirurgia.

Se uma pessoa tem tendência a formar queloides, qualquer lesão que possa causar cicatriz pode levar à sua formação. Isso inclui:

– um simples corte, uma cirurgia, uma queimadura;
– cicatrizes de acne severa;
– após furar a orelha para colocar brincos ou piercings e no trauma da tatuagem;
– também pode se formar em feridas de catapora após a cura da doença;
– em casos muito raros, os queloides se formam em pessoas que não feriram a pele. São chamados de “queloides espontâneos” e ocorrem mais no tórax, colo, pescoço, ombros, braços e orelhas, mas outros locais podem ser afetados.

Sintomas:

Os queloides crescem sem respeitar os limites da ferida original. Algumas pessoas têm queixas de dor, coceira leve ou uma sensação de queimação ao redor da cicatriz.

Dependendo do local afetado também pode ocorrer limitação do movimento ou dor na movimentação. Um queloide que cobre uma área extensa ou se localiza em áreas expostas pode causar grande desconforto físico e psicológico, sendo este último um dos grandes desafios ao tratamento, já que a lesão nem sempre desaparece depois de tratada.

Tratamento:

Para as cicatrizes com formação de queloide, é difícil obter sua redução ou regressão. O tratamento visa a reduzir os sintomas, como dor e coceira. Se a cicatriz torna difícil algum movimento, é necessário ajudar o paciente a recuperar a movimentação normal, mesmo sem conseguir o resultado estético ideal.

As opções mais comuns são: radioterapia local, uso de placas de silicone, injeções, fitas oclusivas, crioterapia (congelamento) e laserterapia (aplicação de laser sobre a lesão). A escolha do tratamento dependerá do local e do tamanho da cicatriz.

Às vezes, a remoção cirúrgica é a única possibilidade, mas deve-se levar em conta que os fatores que originaram o primeiro queloide ainda estão ativos e, portanto, ele pode se formar novamente.

Prevenção:

Como os queloides não têm tratamento seguramente eficaz, é importante considerar o histórico pessoal e familiar do paciente na prevenção e formação do queloide. Antes de um procedimento cirúrgico, é fundamental que o médico tenha conhecimento do histórico de cicatrização anormal ou história familiar de formação de cicatrizes queloides do paciente.

Em situações nas quais a cirurgia não pode ser evitada, todas as tentativas para minimizar a tensão da pele e a infecção secundária são importantes.

É importante lembrar que pequenos traumas podem ocasionar queloides, portanto, em pacientes propensos, quanto mais rápido essas lesões forem tratadas, menor o risco de se formarem novas lesões. Se uma pessoa notar irritação ao redor do furo da orelha, por exemplo, deve remover o brinco e procurar um dermatologista que fará recomendações de pomadas cicatrizantes. Isso vale também para piercings, feridas de pele ou machucados.

 

IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.

Dica elaborada em junho de 2021

 

Fontes:

Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica

Sociedade Brasileira de Dermatologia

Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Rio de Janeiro