RESILIÊNCIA DOS SISTEMAS DE SAÚDE

CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA; QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

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SCHILLING, M. P. R. et al. Resiliência e desempenho dos sistemas de saúde: internações por condições crônicas sensíveis à atenção primária. Ciência & Saúde Coletiva, v. 30, n. 6, p. e21422024, 2025. Disponível em Scielo

Ancorado à preocupação em fortalecer a resiliência do Sistema Único de Saúde (SUS), este trabalho objetivou desenvolver metodologia de comparação dos municípios brasileiros, a partir da razão de internação por condições crônicas sensíveis à atenção primária (ICSAP) padronizada. Estudo transversal baseado em dados da produção hospitalar do SUS. Utilizou-se modelagem multinível para cada região do Brasil, empregando-se a razão entre ICSAP observadas e preditas, estimadas por ajuste de risco, para classificar os municípios segundo ocorrência de ICSAP (maior que o esperado, nível esperado, ou menor do que o esperado). A relação entre cobertura da atenção primária à saúde (APS) e ocorrência de ICSAP não foi semelhante entre as regiões brasileiras, destacando-se menor percentual de municípios com pior desempenho dentre aqueles com as maiores cargas horárias de médicos e enfermeiros. Pela abrangência e papel de coordenador do cuidado na rede de serviços de saúde, a APS é base para a construção da resiliência do SUS nos distintos âmbitos. Assim, a metodologia proposta contribui para o monitoramento contínuo da APS, habilidade essencial da resiliência, possibilitando orientar prontamente ações e estratégias em situações de estresse e crises.


GOVERNANÇA EM SAÚDE; SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

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FERREIRA, R. G. L. A. et al. Favorable strategies and barriers to the attainment of resilience in healthcare systems: scoping review. Cadernos de Saúde Pública, v. 41, n. 9, p. e00227624, 2025. Disponível em Scielo

A resiliência de um sistema de saúde refere-se à capacidade dos atores de saúde, das instituições e da população de manter suas funções essenciais quando uma adversidade surge e de se reorganizar, embasados pelas lições aprendidas. Sistemas resilientes podem alcançar e manter a equidade na saúde e bem-estar das populações e responder a emergências de saúde pública. Esta revisão de escopo utilizou as plataformas PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde e as bases de dados Web of Science e SciELO, além do protocolo do Instituto Joanna Briggs para responder à questão: “O que as evidências científicas apontam como estratégias e barreiras para o alcance de um sistema de saúde resiliente? ”. Constatou-se que as estratégias mais fortemente abordadas são: descentralização do sistema, força de trabalho comprometida e motivada, governança e liderança, parcerias multissetoriais, comunidade envolvida, sistema de informação adequado e investimentos que favoreçam a sustentabilidade do sistema de saúde. Contudo, gestão ineficaz e sem liderança, monitoramento inadequado, força de trabalho ineficaz, falta de solidariedade global e falha em aprender com as experiências passadas são barreiras à resiliência. Compreender as estratégias e barreiras é fundamental para a construção de um sistema de saúde resiliente, capaz de enfrentar estressores crônicos e agudos.


SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE; MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA

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FLEURY, S. et al. Dimensão política da Resiliência de Sistemas de Saúde: o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira e o Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 30, n. 6, p. e21022024, 2025. Disponível em Scielo

A produção científica sobre resiliência em saúde revela grande debate em torno do seu conceito, dimensões e aplicações, além de críticas, como o distanciamento de estudos que tratam desse tema daqueles que se dedicam a analisar o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB). O objetivo deste artigo é aproximar os estudos que tratam da resiliência de sistemas de saúde daqueles que se dedicam a analisar o MRSB, tendo em vista, ainda, incorporar a análise política em um estudo de resiliência em saúde. Adota uma perspectiva qualitativa, tratando, inicialmente, de uma breve revisão da literatura sobre resiliência, do aprofundamento das suas dimensões nos sistemas de saúde e no Sistema Único de Saúde (SUS), e, em seguida, da identificação das conjunturas críticas de atuação do MRSB, conformando um estudo de caso da ação política desse movimento como condição de resiliência do SUS. Os resultados apontam diferentes momentos nos quais a presença, a organização e a ação coletiva do MRSB foram cruciais para aumentar as capacidades de resiliência do SUS, pois esse ator conformou-se como um componente fundamental na construção e na manutenção do SUS, desde sua formulação, passando pela resistência ao seu desmonte, até sua capacidade de aprendizagem e inovação.



Publicado: Thursday, 01 de January de 1970

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