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MAIA, Luciana Colares et al. Idosos robustos na atenção primária: fatores associados ao envelhecimento bem-sucedido. Revista de Saúde Pública [online], São Paulo, v. 54, 35, 2020. Disponível em Scielo
OBJETIVO: Estimar a prevalência de robustez entre idosos assistidos na atenção primária à saúde e identificar fatores de envelhecimento bem-sucedido. MÉTODOS: Trata-se de pesquisa transversal, realizada com idosos no norte de Minas Gerais, Brasil. Foram utilizados dois questionários para coleta de dados: Brazilian Older Americans Resources and Services Multidimensional Function Assessment Questionnaire (BOMFAQ) e Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional (IVCF-20). As razões de prevalências ajustadas foram obtidas por análise de regressão de Poisson múltipla com variância robusta. A análise estatística foi realizada para os idosos em geral (60 a 107 anos) e estratificada por idade: de 60 a 79 anos e 80 anos ou mais. RESULTADOS: Participaram 1.750 idosos, com idade de 60 a 107 anos, sendo 48,7% robustos. Idosos de 60 a 79 anos (n = 1.421) e 80 anos ou mais (n = 329) apresentaram prevalência de robustez de 55,4% e 19,3%, respectivamente. Associaram-se ao envelhecimento bem-sucedido: autopercepção positiva da saúde, dançar, fazer caminhada, não ter comprometimento cognitivo, ausência de sintomas depressivos e de polipatologia, além de independência para atividades de vida diária. Após ajuste por idade, destacam-se para robustez entre 60 a 79 anos a ausência de polipatologia e a independência para atividades de vida diária; naqueles com 80 anos e mais, a independência para atividades de vida diária e a prática de dança apresentaram maior força de associação. CONCLUSÃO: A prevalência de idosos robustos na atenção primária pode ser considerada satisfatória para os idosos em geral, mas reduz com a idade e se associa com a ausência de doenças e incapacidades. Esses resultados denotam a necessidade de redesenhar o sistema de atenção à saúde, com foco na promoção e prevenção da vulnerabilidade clínico-funcional.