SAÚDE DO TRABALHADOR


FATORES DE RISCOS PSICOSSOCIAIS; SAÚDE MENTAL; PSICOLOGIA DO TRABALHO; EXPLORAÇÃO NO TRABALHO

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VIEIRA, C. E. C.; SANTOS, N. C. T. Fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho: uma análise contemporânea. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 49, p. edsmsubj1, 2024. Disponível em Scielo

Introdução: nos debates sobre a proteção e a promoção da saúde nos contextos laborais, o tema dos fatores psicossociais relacionados ao trabalho (FPRT) tem se destacado. Objetivo: demonstrar que a ausência da tematização do antagonismo e do conflito estrutural entre capital e trabalho, bem como a captura da temática pela lógica gerencialista neoliberal, produz o empobrecimento do debate e o enfraquecimento de iniciativas voltadas para a transformação do contexto laboral. Método: a reflexão é realizada a partir de revisão da literatura, tendo como referencial o materialismo histórico. Resultados: as formulações de políticas, instrumentos e medidas destinadas à proteção da saúde dos trabalhadores, gestadas nos marcos ideológicos do regime de acumulação capitalista e da governamentalidade neoliberal, convertem-se em compreensões e intervenções que, longe de transformarem as situações concretas de trabalho, mascaram o papel exercido pelo trabalho em relação à saúde dos trabalhadores, consagram as ações voltadas aos indivíduos, arrefecem as lutas sociais e ampliam as pressões sobre os trabalhadores. Conclusão: o enfrentamento dos riscos psicossociais não deve se limitar à mitigação desses riscos, mas sim encontrar seus propósitos e seus fundamentos em um horizonte teórico-prático que descortine a necessidade de superação da própria economia capitalista.

POLÍTICA DE SAÚDE DO TRABALHADOR; EDUCAÇÃO EM SAÚDE; EDUCAÇÃO PERMANENTE

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HENNINGTON, É. A.; SANTOS, G. B. dos; PASCHE, D. F. Dez anos da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora e os desafios da formação para (trans) formação do trabalho. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 49, p. e4, 2024. Disponível em Scielo

O objetivo do artigo, de natureza teórica, é discutir a formação em saúde tomando como referência a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT), que no ano de 2022 completou dez anos. Essa reflexão crítica está baseada em revisão de literatura e na experiência profissional dos autores em ensino, pesquisa e serviços no campo da Saúde Coletiva/Saúde do Trabalhador. A PNSTT preconiza a capacitação e o desenvolvimento da força de trabalho em saúde de nível médio e superior, com prioridade às equipes de Vigilância em Saúde e da Atenção Primária/Estratégia Saúde da Família. A formação em saúde deve considerar o trabalho em sua função ontogenética enredada no sistema capitalista que o transforma, paradoxalmente, em afirmação e negação do sujeito: pelo trabalho nos tornamos humanos e sob as regras do capital o trabalho se torna arriscado e adoecedor. A formação enseja a construção de modos de trabalho conjunto e diálogo permanente entre trabalhadores e demais atores sociais, desde o planejamento até a efetivação e posterior avaliação dos projetos formativos em saúde, trabalho e ambiente. Atuando de forma democrática, coletiva e organizada, é possível reinventar práticas concretas de educação e trabalho na perspectiva da formação cidadã.

SAÚDE MENTAL; TRABALHO; DROGAS; POLÍTICA DE REDUÇÃO DE DANOS

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SCHLINDWEIN, V. de L. D. C. et al. Sofrimento psíquico, uso de drogas e trabalho. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 49, p. edcinq17, 2024. Disponível em Scielo

Introdução: a política de atenção ao uso e abuso de álcool e outras drogas dos últimos anos demonstra suas limitações para responder às necessidades de atenção à saúde do (a) trabalhador (a) que usa essas substâncias para aliviar os efeitos adversos dos mecanismos hostis no contexto do trabalho. Objetivo: articular abordagens que reúnem um conjunto teórico-conceitual suficiente para abordar temas complexos e multicausais, como a relação entre o sofrimento psíquico e o trabalho, tendo como elemento principal o uso e abuso de álcool e outras drogas. Resultados: há evidências que apontam a relação entre mudanças no mercado de trabalho no contexto neoliberal, violência moral e ética no ambiente profissional e efeitos negativos sobre a saúde física-psíquica de trabalhadores. Evidenciou-se a necessidade de se romper com a lógica do funcionalismo subjetivista sobre o tema do uso e abuso de álcool e outras drogas relacionados ao trabalho. Conclusão: as estratégias políticas de atenção ao sofrimento psíquico decorrente do uso de álcool e outras drogas devem ir além das práticas focadas somente na abstinência e se basear na interface entre aportes teóricos integrativos, redução de danos e que considere a relação entre sofrimento e defesas dos sujeitos, o trabalho e o meio.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO; IMPACTO PSICOSSOCIAL; ESTRESSE OCUPACIONAL; LOCAL DE TRABALHO; INQUÉRITOS E QUESTIONÁRIOS

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SETTA, A. V. A.; LUCCA, S. R. de. Tecnologias de informação e comunicação: revisão de escopo dos instrumentos de avaliação dos fatores de risco psicossociais no trabalho contemporâneo. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 49, p. e6, 2024. Disponível em Scielo

Introdução: a pandemia da COVID-19 desencadeou uma recessão global e o aumento da precarização do trabalho. Nesse cenário, o uso intensivo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) contribuiu para o surgimento de novos fatores de riscos psicossociais no trabalho (FRPT) e para o aumento da ocorrência de transtornos mentais nos trabalhadores. Objetivos: identificar instrumentos que avaliam os FRPT disponíveis na literatura e verificar se eles incorporaram as novas dimensões psicossociais do trabalho mediadas pelas TIC. Métodos: revisão de escopo, com busca nas bases PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde, Embase, Scopus e Web of Science, de artigos publicados no período de 1990 a 2023 seguindo as recomendações do Instituto Joanna Briggs e do PRISMA-ScR. Buscou-se agrupar estudos e instrumentos relevantes e identificar lacunas. Resultados: foram selecionados 18 instrumentos, de 3.424 artigos. Dez deles incluíram escalas/dimensões previstas no PRIMA-EF, dois incluíram dimensões do uso das TIC e seis foram considerados específicos para a avaliação de FRPT por TIC. Conclusão: destacam-se a importância do uso dos instrumentos de acordo com o contexto em que foram desenvolvidos, os fatores de estresse digital que ainda não foram considerados nesses questionários e a relevância do suporte da organização para a redução do tecnoestresse nos trabalhadores.