Qualquer um pode se afogar, ninguém deveria! Todos os anos, quase 250.000 pessoas perdem a vida por afogamento, e quase 82.000 delas são crianças de 1 a 14 anos. É um acidente repentino, abrupto e chocante, e as pessoas muitas vezes não percebem que está acontecendo até que seja tarde demais.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) estima que ocorram 15 mortes por dia por afogamento – o que significa um brasileiro morrendo afogado a cada 90 minutos. A região Norte do país concentra a maior taxa de mortalidade por essa causa. Além das mortes, o afogamento constitui importante causa de morbidade: sequelas neurológicas, como estado vegetativo persistente ou tetraplegia espástica, ocorrem em 5-10% dos casos de afogamento na infância.
O que leva ao afogamento geralmente acontece em apenas alguns segundos:
– Uma criança pequena escorregando despercebida em um lago ou piscina em uma tarde ensolarada;
– Sentir-se invencível depois de algumas bebidas e pular no oceano para nadar;
– Aceitar aquele passageiro extra no barco, apesar de saber que ele pode virar;
– Decidir que é muito trabalhoso colocar o colete salva-vidas.
Muita coisa pode acontecer em um único momento. Mas com a consciência e as ações certas, o que acontece nesses segundos também pode ser mudado – para melhor.
As comemorações do Dia Mundial de Prevenção do Afogamento objetivam aumentar a conscientização sobre a necessidade de prevenir esse tipo de acidente que provoca impacto profundo nas famílias e nas comunidades, com custo humano, social e econômico intoleravelmente alto e totalmente evitável.
A data pretende, ainda, celebrar ações e iniciativas que estão sendo tomadas por organizações em todo o mundo.
Afogamento é a entrada de líquido nas vias aéreas (traqueia, brônquios ou pulmões), causada por afundamento ou mergulho. Provoca falta de oxigênio no sangue afetando todos os órgãos e tecidos. O indivíduo, sobrevivendo ou não, será considerado como vítima de um episódio de afogamento.
A prevenção desse tipo de acidente se dá por meio de medidas como:
– Aprender a nadar;
– Supervisionar as crianças e nunca as deixar sozinhas, nem por um momento, perto da água;
– Não consumir bebida alcoólica perto da água. É preciso estar atento e vigilante;
– Sempre verificar as condições do tempo e da água antes de nadar, mantendo-se informado e seguro;
– Usar equipamentos de segurança, certificando-se de que boias salva-vidas e coletes estejam disponíveis e sejam usados corretamente. Equipamentos de segurança podem fazer uma diferença crucial!
Outras medidas preventivas incluem:
– Qualquer reservatório de líquidos (baldes, bacias, banheiras, tanques) deverá ser esvaziado após uso.
– Conservar a tampa do vaso sanitário fechada, se possível lacrado com algum dispositivo de segurança “à prova de criança” ou manter a porta do banheiro trancada.
– Manter cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”.
– Nunca ingerir álcool ou outras drogas à beira de piscinas, lagos, rios ou em embarcações.
– Ler e respeitar avisos de segurança em locais públicos como praias.
– Procurar locais onde haja salva-vidas, e não mergulhar em águas turvas.
– Procurar nadar longe de cais, embarcações, rochas e correntezas. Em lagoas e represas geralmente se desconhece sua profundidade e a existência de eventuais buracos.
– Piscinas e similares devem ser adequadamente cercadas (1,5m de altura e espaço entre grades menor ou igual a 12 cm) e de preferência com portão e tranca. A presença de brinquedos dentro da piscina deve ser evitada.
– Ao construir a piscina residencial deve-se obedecer às normas técnicas de segurança, tais como a profundidade permitida.
– Aprender habilidades básicas de natação e segurança na água reduz muito o risco de afogamento. Isto é particularmente importante para crianças com 6 anos ou mais. A natação não é apenas uma habilidade para toda a vida, mas também é uma ótima maneira de se manter em forma e ativo.
– Aprender a realizar resgate e reanimação pode salvar vidas. A sobrevivência após o afogamento melhora muito se a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) for realizada assim que a pessoa for retirada da água. Garanta sua própria segurança ao realizar resgate participando de programas de treinamento que ensinam técnicas de resgate seguras.
– Certificar-se sempre de que as crianças sejam constantemente supervisionadas por um adulto responsável quando estiverem perto da água. Seja perto de um lago, rio, praia, piscina ou banheira, a supervisão de um adulto é necessária para garantir que as crianças possam desfrutar da água com segurança. É fundamental que os adultos supervisionados permaneçam vigilantes e evitem distrações para que possam responder rapidamente se uma criança precisar de ajuda.
– Usar um colete salva-vidas o tempo todo ao viajar sobre a água é importante para pessoas com todos os níveis de habilidade de natação. Os coletes salva-vidas são um dos artigos mais importantes do equipamento de segurança ao entrar na água e existem designs adequados para praticamente todos os tipos de atividades.
– Preparar-se para possíveis emergências ao viajar sobre a água, verificando a previsão do tempo antes de deixar a costa. Certificar-se de ter acesso a equipamentos de segurança de qualidade, como coletes salva-vidas e dispositivos de flutuação arremessáveis e certificar-se, ainda, de que o barco seja inspecionado e reparado regularmente.
– Nunca desafiar seus próprios limites.
Fontes:
Agência Brasil
Centro de Informação Europeia Jacques Delors (Eurocid)
International Life Saving Federation (ILSF)
Manual de Emergências Aquáticas (SOBRASA)
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)
World Health Organization