SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA


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OLTRAMARI, Leandro Castro; CAMARGO, Brigido Vizeu. Representações sociais de mulheres profissionais do sexo sobre a AIDS. Estudos de Psicologia, Natal, v. 9, n. 2, p. 317-323, maio/ago. 2004. Disponível em Scielo

Este estudo trata do risco da AIDS para profissionais do sexo e seus parceiros. Foram entrevistadas 40 mulheres com idade entre 19 e 47 anos. Pouco menos da metade tinha parceiro fixo. Utilizaram-se entrevistas semi-estruturadas para a obtenção do material verbal, que foi analisado pelo software ALCESTE. Verificaram-se três aspectos da representação social da AIDS: o primeiro destaca-a como uma doença do “outro” (48,3% das unidades de contexto elementar, ou UCE); o segundo define-a como uma doença que ameaça todos os que não usam preservativo (26,7% das UCEs); e o terceiro estabelece ligação da AIDS com uso de drogas e pessoas “suspeitas” (25,0% das UCEs). Conclui-se que as mulheres que têm relação com parceiro fixo não-cliente e com clientes são mais vulneráveis que as outras, pois elas não transferem a experiência de proteção adotada diante dos clientes para as relações com seus parceiros fixos.

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PORTO, Mauro Pereira. Lutando contra a AIDS entre meninas adolescentes: os efeitos da Campanha de Carnaval de 2003 do Ministério da Saúde do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 4, p. 1234-1243, jul./ago. 2005. Disponível em Scielo

Em 2003, o Ministério da Saúde do Brasil (MS) lançou uma campanha nacional para promover o uso de preservativos entre meninas adolescentes. A Campanha de Carnaval 2003 foi transmitida por emissoras de rádio e televisão entre 16 de fevereiro e 3 de março, tendo como público-alvo adolescentes do sexo feminino entre 13 e 19 anos, um grupo social que havia registrado crescimento no número de casos de AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. O MS contratou a artista Kelly Key para estrelar os anúncios de rádio e TV. Um dos objetivos foi o de estimular as adolescentes a não sentirem vergonha de adquirir preservativos e de exigir que seus parceiros os utilizassem. O artigo apresenta os resultados de um survey nacional encomendado pelo MS, que contou com a participação de 1.006 jovens adolescentes em 86 municípios. Os resultados demonstram que os materiais de campanha alcançaram o público-alvo, e que eles foram muito bem avaliados pelas entrevistadas. Finalmente, os resultados mostram, ainda, que a campanha teve efeitos importantes, como o desencadeamento de discussões no ambiente social das jovens e o reforço de atitudes relacionadas ao uso de preservativos.