Sonambulismo


 

O sonambulismo é um problema do sono em que o paciente, durante o seu ciclo de sono, levanta, caminha e realiza atividades diversas como comer e falar, sem acordar ou ter consciência do que exatamente está fazendo.

Há um desajuste entre os níveis de despertar, em que somente uma parte das funções cerebrais desperta, mas não há uma consciência semelhante à de quando se está acordado, com memórias e planejamento consciente. As crises geralmente acontecem uma ou duas horas após o adormecer e geralmente duram de 5 a 15 minutos.

Existem diferentes tipos de sonambulismo. O infantil é muito comum e o que ocorre com mais frequência, afetando crianças entre 3 e 7 anos de idade. O problema afeta pessoas do sexo masculino e geralmente desaparece na adolescência, mas, para algumas pessoas, podem surgir episódios mais tarde.

Não é um problema grave, mas a pessoa pode se envolver em acidentes e situações perigosas durante os episódios, pois é capaz de realizar suas tarefas cotidianas sem pensar e, por isso, corre o risco de manusear facas, sair de casa, caminhar pelas ruas e até mesmo dirigir, embora seja menos comum.

Causas:

Não se sabe exatamente o que provoca um episódio de sonambulismo. No caso de crianças, acredita-se que ocorra como parte do processo de maturação do cérebro. No entanto, alguns fatores podem ser listados, como:

– Mudanças no ritmo do sono;
– Ansiedade e estresse;
– Ingestão de bebidas alcoólicas ou outras drogas;
– Febre;
– Genética;
– Lesões cerebrais;
– Medicações;
– Outros distúrbios de sono, como a apneia (parada da respiração);
– Doenças respiratórias, como crises de asma;
– Falta de sono ou noites mal dormidas;
– Pesadelos;
– Enxaqueca;
– Trauma craniano;
– Bexiga cheia;
– Depressão.

Sintomas:

Por sempre ocorrerem episódios durante o sono, dificilmente a própria pessoa vai descobrir que o sonambulismo acontece por não ter consciência de suas ações. Por conta disso, é mais provável que a própria família descubra.

Alguns sinais podem ajudar a identificar um sonâmbulo, entre eles:

– Falar durante o sono;
– Não ter memória do que aconteceu ao acordar;
– Ter comportamentos inapropriados durante o sono, como urinar no quarto;
– Apresentar dificuldade para acordar durante o episódio de sonambulismo;
– Ficar violento quando alguém tenta acordar.

 Tratamento:

O sonambulismo pode desaparecer espontaneamente nas crianças. O tratamento só se torna necessário quando os episódios são frequentes e podem oferecer risco de acidentes ou constrangimento para o paciente. Nesses casos, e de acordo com a orientação médica, podem ser utilizados medicamentos que combatem os estados de tensão e ansiedade e que atuam sobre o padrão do sono. Técnicas de relaxamento e psicoterapia também ajudam a controlar o distúrbio, que ainda não em cura.

Quando as crises de sonambulismo são provocadas por doenças como a apneia do sono, refluxo gastroesofágico e febre, por exemplo, elas cessam quando as causas são tratadas.

Recomendações:

Conviver com uma pessoa sonâmbula requer alguns cuidados especiais.

Com o ambiente:

– Trancar portas e janelas e retirar as chaves das fechaduras;
– Colocar telas ou grades de proteção nas janelas;
– Bloquear o acesso às escadas;
– Não permitir que o sonâmbulo durma na parte superior dos beliches;
– Guardar facas, tesouras e outros objetos cortantes em locais de difícil acesso;
– Retirar das passagens móveis e objetos em que a pessoa possa tropeçar;
– Instalar luzes acionadas por movimento para que outras pessoas da casa percebam caso o sonâmbulo esteja perambulando.

Com a rotina diária:

– Não ingerir bebidas alcoólicas;
– Evitar atividades perto da hora de dormir que mantenham o paciente em estado de alerta, como o computador, videogame, televisão, etc.;
– Cultivar hábitos saudáveis de vida: a alimentação balanceada e a prática de atividade física ajudam a combater o estresse responsável por crises de sonambulismo;
– Respeitar o ciclo de sono e vigília: o paciente deve ser estimulado a ir para cama sempre no mesmo horário, todos os dias da semana, inclusive sábados e domingos;
– Não se automedicar: alguns medicamentos, em vez de ajudarem, comprometem mais ainda a qualidade do sono.

 

IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.

 

Dica elaborada em setembro de 2024

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente / Faculdade de Medicina da UFMG
Rede D’Or São Luiz