TELEMEDICINA


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STEINMAN, Milton et al. Impacto da telemedicina na cultura hospitalar e suas consequências na qualidade e segurança do cuidado. Einstein, São Paulo, v. 13, n. 4, p. 580-586, out./dez. 2015. Disponível em: Scielo

Objetivo: Analisar o impacto da aplicação de telemedicina no processo clínico de cuidado e seus diferentes efeitos sobre a cultura hospitalar e na prática assistencial. Métodos: O conceito de telemedicina, por meio de uma cobertura integral em tempo real, foi implementada em dois hospitais diferentes em São Paulo, um secundário e público, o Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch, e um terciário e privado, o Hospital Israelita Albert Einstein. Resultados: Os dados foram obtidos a partir de 257 teleconsultas registradas ao longo de um período de 12 meses e comparados a igual período antes da implementação. Em 18 pacientes (7,1%), a telemedicina influenciou no diagnóstico e, para 239 pacientes (92,9%), a consulta contribuiu para o manejo clínico. Após a implementação da telemedicina, o protocolo de trombólise para acidente vascular cerebral foi aplicado em 11% dos pacientes com acidente vascular cerebral. A introdução da telemedicina reduziu a necessidade de transferir pacientes para avaliação neurológica externa em 25,9%. O protocolo de sepse foi adotado, sendo observada redução da mortalidade em 30,4% nos casos de sepse grave. Conclusão: A aplicação da telemedicina está associada com diferenças na utilização dos serviços de saúde: transferências, mortalidade, implementação de protocolos e apoio à decisão médica, especialmente em relação à trombólise. Estes resultados destacam o papel da telemedicina como um vetor de transformação da cultura hospitalar e seu impacto sobre a segurança e na qualidade assistencial.