O Dia Mundial do Vitiligo, comemorado anualmente em 25 de junho desde 2011, surgiu dos esforços coletivos de organizações sem fins lucrativos nos EUA e na Nigéria, juntamente com apoiadores globais, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o vitiligo, desmistificar a condição e dissipar mitos. Desde então, sua missão expandiu-se para abordar o bullying, a negligência social, o trauma psicológico e a deficiência que afetam quase 100 milhões de pessoas em todo o mundo, tornando-se um farol de esperança, impulsionando um futuro onde o vitiligo seja totalmente compreendido, controlado e, em última análise, curado.
O problema, que provoca mudança na cor da pele e cria uma variedade de padrões a partir da perda de pigmento, afeta de 1 a 2% da população mundial.
No Brasil, mais de um milhão de pessoas manifestam essa condição (0,54% dos brasileiros). No País, ocorre em 1,2% das pessoas brancas e em 1,9% das pardas/negras, aparecendo entre as 25 doenças dermatológicas mais frequentes em todas as macrorregiões.
Caracteriza-se pela perda da coloração da pele, devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que a desencadeiam ou a agravam.
O vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos à saúde física, no entanto, as lesões provocadas impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente.
Sintomas:
A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada. A maior preocupação dos dermatologistas são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência do problema. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento.
Tipos:
Segmentar ou Unilateral: manifesta-se apenas em uma parte do corpo, normalmente quando o paciente ainda é jovem. Pelos e cabelos também podem perder a coloração.
Não segmentar ou bilateral: é o tipo mais comum; manifesta-se nos dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés, dois joelhos. Em geral, as manchas surgem inicialmente em extremidades como mãos, pés, nariz, boca. Há ciclos de perda de cor e épocas em que a doença se desenvolve, e depois há períodos de estagnação. Estes ciclos ocorrem durante toda a vida; a duração dos ciclos e as áreas despigmentadas tendem a se tornar maiores com o tempo.
Tratamento:
O tratamento deve ser discutido com um dermatologista, conforme as características de cada paciente. Dentre as opções terapêuticas está o uso de medicamentos que induzem a repigmentação das regiões afetadas. Também é possível utilizar tecnologias como o laser, técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos.
O tratamento do vitiligo é individualizado, e os resultados podem variar consideravelmente entre um paciente e outro. Por isso, somente um profissional qualificado pode indicar a melhor opção. É importante lembrar que a doença pode ter um excelente controle com a terapêutica adequada e repigmentar completamente a pele, sem nenhuma diferenciação de cor.
Prevenção:
Não existem formas de prevenção do vitiligo. Como em cerca de 30% dos casos há um histórico familiar da doença, os parentes de indivíduos afetados devem realizar vigilância periódica da pele e recorrer ao dermatologista caso surjam lesões de hipopigmentação, a fim de detectar a doença precocemente e iniciar cedo o tratamento.
Pacientes com diagnóstico de vitiligo, devem evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Evitar o uso de roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição ao sol. Controlar o estresse é outra medida bem-vinda.
É importante reforçar um aspecto fundamental: quem tem vitiligo precisa de apoio. O impacto psicológico não pode ser negligenciado, pois pode levar a consequências emocionais para os pacientes a partir do desenvolvimento da doença. E a sociedade precisa ser educada para diminuir, assim, o preconceito associado à falta de informação.
Fontes:
Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná
Núcleo de Telessaúde de Sergipe
Sociedade Brasileira de Dermatologia
The Vitiligo Society (Reino Unido)
Vitiligo Research Foundation