A urticária é uma irritação cutânea caracterizada por lesões avermelhadas e levemente inchadas, como vergões, que aparecem na pele e coçam muito. Essas lesões podem surgir em qualquer área do corpo, ser pequenas, isoladas ou se juntarem e formar grandes placas avermelhadas, com desenhos e formas variadas, sempre acompanhadas de coceira. Aparecem em surtos, podendo surgir em qualquer período do dia ou da noite, durando horas e desaparecendo sem deixarem marcas na pele.
De acordo com a causa, a urticária é classificada em:
– induzida: quando um fator é responsável por desencadeá-la, como drogas, alimentos, infecções, estímulos físicos (calor, frio, sol, água, pressão);
– espontânea: quando a doença ocorre sem uma causa identificada, também chamada de urticária idiopática.
Os fatores internos do organismo, envolvidos no desenvolvimento da urticária, ainda não são bem compreendidos. O conhecimento científico atual mostra que a maioria das crises de urticária acontece por mecanismos não alérgicos. Isto quer dizer que na maioria dos casos, urticária não é alergia! Ocorre a liberação de uma substância chamada histamina, que age nos vasos sanguíneos e na pele, causando o inchaço e vermelhidão.
De acordo com o tempo de duração, a urticária pode ser:
– aguda: quando os sinais e sintomas desaparecem em menos de seis semanas;
– crônica: quando os sintomas duram por seis semanas ou mais.
Pesquisas mostram que a forma aguda pode ser desencadeada por estímulos de origem imunológica ou não imunológica. Nas não imunológicas, que incluem a urticária aguda alérgica e a urticária crônica induzida, a erupção cutânea é consequência de uma reação alérgica aguda a agentes físicos, tais como: certos medicamentos, (AAS, diclofenaco, penicilina, anti-hipertensivos, etc.), alguns alimentos (frutos do mar, ovos, nozes, leite, chocolate, conservas, etc.), picadas de inseto, ou ainda como reação à exposição direta da pele ao frio, ao calor, a raios solares, à água quente ou fria, e a exercícios físicos. As lesões podem surgir, também, em áreas da pele que estiveram sujeitas à fricção ou que foram mantidas sob pressão.
Sintomas:
O sintoma mais comum é a coceira intensa, mas as lesões podem provocar a sensação de ardor ou queimação. Pode ocorrer inchaço rápido, intenso e localizado, que atinge normalmente pálpebras, lábios, língua e garganta. Este inchaço é chamado de angioedema e, algumas vezes, por dificultar a respiração, constitui risco de vida. Também existe uma complicação chamada anafilaxia, na qual a reação envolve todo o corpo, causando náuseas, vômitos, queda da pressão arterial e inchaço na garganta, provocando dificuldade para respirar. Esses casos são graves e precisam de atendimento de emergência.
Tratamento:
Medicamentos anti-histamínicos (conhecidos como antialérgicos), por via oral, são úteis para aliviar os sintomas em casos de urticária aguda. A urticária crônica não tem cura, mas as crises podem ser controladas com medicamentos que melhoram os sintomas e, consequentemente, a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento é estabelecido individualmente, de acordo com as necessidades de cada um, tanto nos casos agudos quanto nos crônicos. Medicação de uso local não costuma apresentar resultados eficazes para o controle da doença. Quando é possível identificar a causa das lesões, a primeira medida terapêutica consiste em suspender o contato com o agente desencadeador das crises.
Recomendações:
– fique atento. Se você já sabe o que desencadeia os surtos de urticária, afaste-se dele. Essa é a maneira mais segura de prevenir as crises;
– evite coçar a pele, particularmente nas áreas em que se desenvolveram as lesões;
– aplique compressas frias sobre as lesões para aliviar a coceira, que costuma ser o principal sintoma da urticária;
– leve imediatamente a pessoa para atendimento médico-hospitalar se, além dos sintomas característicos da urticária, ela apresentar dificuldade para respirar, falar ou engolir;
– não se automedique nunca. Siga rigorosamente as orientações médicas;
– relaxe. Estresse não é a primeira causa para o aparecimento da urticária, mas pode piorar os sintomas.
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.
Dica elaborada em setembro de 2.019.
Fontes:
Dr. Dráuzio Varella
Grupo de Urticária, Informação e Apoio
Sociedade Brasileira de Dermatologia