01/7 – Dia da Vacina BCG


 

A denominação da vacina BCG (Bacilo de Calmette-Guérin) tem sua origem na associação dos nomes do veterinário francês Jean-Marie Camille Guérin e de Albert Calmette, responsáveis pelo seu desenvolvimento em 1921.

O imunizante é aplicado para prevenir a tuberculose, uma doença transmitida pela saliva e por materiais contaminados pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch, em homenagem a Robert Koch, que a descobriu em 1882.

A doença se dissemina através de gotículas no ar que são expelidas quando pessoas com tuberculose infecciosa tossem, espirram ou falam. Contatos próximos (pessoas com contato prolongado, frequente ou intensivo) têm alto risco de se infectarem, sendo que a taxa de infecção chega a 22%.

A transmissão ocorre somente a partir de pessoas com tuberculose infecciosa ativa. A probabilidade da transmissão depende do grau de infecção da pessoa com tuberculose e da quantidade expelida, forma e duração da exposição ao bacilo, e da virulência, sendo que a cadeia de transmissão pode ser interrompida com o isolamento do paciente e uma terapia eficaz.

Em 90% dos casos, o sistema imunológico é capaz de conter a multiplicação do bacilo. Entretanto, em algumas pessoas, o bacilo da tuberculose supera as defesas do sistema imunológico e começa a se multiplicar, resultando na progressão de uma simples infecção por tuberculose para a doença em si. Isto pode ocorrer logo após a infecção (tuberculose primária, de 1 a 5% dos casos), ou vários anos após a infecção (reativação da doença tuberculosa, ou bacilo dormente, de 5 a 9 % dos casos).

Cerca de 5% das pessoas infectadas desenvolvem a doença nos dois primeiros anos, e outras 5% podem desenvolvê-la ainda mais tarde. No total, cerca de 10% dos infectados com sistema imunológico normal desenvolverão a doença durante a vida.

A doença não afeta apenas os pulmões mas, também, ossos, rins e as meninges (membranas que envolvem o cérebro).

Os sintomas da tuberculose ativa do pulmão são tosse, às vezes com expectoração e sangue, falta de ar, dores no peito, fraqueza, perda de peso, febre e suores, principalmente ao final do dia.

Prevenção:

A vacina BCG não oferece eficácia de 100% na prevenção da tuberculose pulmonar, mas sua aplicação em massa permite a prevenção de formas graves da doença, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (forma disseminada). No Brasil, embora a incidência de tuberculose pulmonar venha aumentando, quase não são mais registradas as formas graves da doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, nos países onde a tuberculose é frequente e a vacina integra o programa de vacinação infantil, previnam-se mais de 40 mil casos anuais de meningite tuberculosa. Impacto como este depende de alta cobertura vacinal, razão pela qual é tão importante que toda criança receba a vacina BCG.

O Ministério da Saúde tornou obrigatória a administração da BCG em crianças em 1976. A recomendação é que a vacina seja aplicada em crianças entre 0 e 4 anos, de preferência nas primeiras 12 horas de vida do bebê, ainda na maternidade. A dose é única e oferecida, gratuitamente, nas Unidades Básicas de Saúde.

Após a administração, na maioria das vezes, haverá uma reação no local da aplicação com posterior formação de cicatriz. É importante não colocar nenhum produto, medicamento ou curativo, pois trata-se de uma resposta esperada e normal à vacina.

Além das crianças, a vacina é indicada para pessoas de qualquer idade que convivam com portadores de hanseníase e estrangeiros, ainda não vacinados, que estejam de mudança para o Brasil.

Fontes:

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira – IMIP
Ministério da Saúde. Centro Cultural da Saúde
Organização Pan-americana da Saúde. Cartilha de vacinas
Secretaria de Estado da Saúde de Goiás
Sociedade Brasileira de Imunização