Entre os dias 02 e 07 de abril é celebrada a “Semana da Saúde no Brasil”. A campanha engloba outras datas comemorativas que ocorrem no mesmo período, como: Dia Mundial da Atividade Física e Dia Nacional de Mobilização pela Promoção da Saúde e Qualidade de Vida (06/4).
As ações objetivam fortalecer a conscientização a respeito da intrínseca relação entre saúde, atividade física, promoção da saúde e qualidade de vida.
Nesse contexto, a Organização Mundial de Saúde (OMS), publicou a “Estratégia Global sobre Alimentação, Atividade Física e Saúde” (documento em inglês), cujo objetivo é promover e proteger a saúde, orientando o desenvolvimento de um ambiente propício para ações sustentáveis em nível individual, comunitário, nacional e global que, quando tomadas em conjunto, levarão à redução das taxas de doenças e de mortalidade relacionadas à alimentação pouco saudável e à inatividade física. Estas ações apoiam os Objetivos de Desenvolvimento do Sustentável das Nações Unidas (documento em inglês) e têm um imenso potencial para ganhos de saúde pública em todo o mundo.
Principais objetivos da estratégia global:
– Reduzir os fatores de risco para doenças crônicas decorrentes de dietas pouco saudáveis e sedentarismo por meio de ações de saúde pública.
– Aumentar a consciência e a compreensão das influências da dieta e da atividade física na saúde e do impacto positivo das intervenções preventivas.
– Desenvolver, fortalecer e implementar políticas e planos de ação globais, regionais e nacionais para melhorar as dietas e aumentar a atividade física, de modo sustentável, abrangente e que envolva ativamente todos os setores.
– Monitorar a ciência e promover pesquisas sobre dieta e atividade física.
O combate ao sedentarismo é a estratégia número um na luta para diminuir a incidência das doenças crônicas não transmissíveis, como por exemplo: doenças cardiovasculares, diabetes, acidentes vasculares cerebrais (AVC), câncer de mama e de colo do útero. Essas enfermidades são responsáveis por 71% de todas as mortes no mundo, incluindo as mortes de 15 milhões de pessoas por ano com idade entre 30 e 70 anos.
Níveis regulares e adequados de atividade física:
– Melhoram o condicionamento muscular e cardiorrespiratório;
– Aumentam a saúde óssea e funcional;
– Reduzem o risco de hipertensão, doença cardíaca coronária, AVC, diabetes, câncer de cólon e de mama e depressão;
– Reduzem o risco de quedas, bem como de fraturas de quadril ou vertebrais; e
– São fundamentais para o balanço energético e controle de peso.
Outros benefícios que merecem destaque são a melhora da autoestima, da sensação de bem-estar; a diminuição da depressão, do estresse e do cansaço; o aumento da disposição; a melhora da força, da resistência muscular e da aparência da pele.
Em 2024, a International Society for Physical Activity and Health (ISPAH) conclama a população global a tomar medidas significativas para dar prioridade à atividade física e criar comunidades mais saudáveis em todo o mundo, gerando a compreensão de que vida ativa é um aspecto fundamental do bem-estar e prepara o caminho para um amanhã mais saudável.
A promoção da saúde é o processo pelo qual a comunidade é capacitada para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo.
Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver.
Dessa forma, a saúde tem um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, indo para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global. (Carta de Ottawa, 1986).
A promoção da saúde tem como meta a qualidade de vida e seus princípios norteadores são a equidade, a paz e a justiça social. Ainda, de acordo com Carta de Ottawa, devem ser contemplados 5 amplos campos de ação:
– Implementação de políticas públicas saudáveis;
– Criação de ambientes saudáveis;
– Capacitação da comunidade;
– Desenvolvimento de habilidades individuais e coletivas;
– Reorientação dos serviços de saúde.
No Sistema Único de Saúde (SUS), a estratégia de promoção da saúde é retomada como uma possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o processo saúde-adoecimento em nosso País – como, por exemplo: violência, desemprego, subemprego, falta de saneamento básico, habitação inadequada e/ou ausente, dificuldade de acesso à educação, fome, urbanização desordenada, qualidade do ar e da água ameaçada e deteriorada; e potencializam formas mais amplas de intervir em saúde.
A Política Nacional de Promoção da Saúde tem como objetivo geral promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidades e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais.
A ‘Semana da Saúde no Brasil’ foi instituída pela Portaria de Consolidação MS nº 1/2017, art. 527.
Fontes:
Instituto Federal de Minas Gerais
Universidade Federal de Pernambuco