05/02 – Dia Nacional da Mamografia


 

O câncer de mama é uma das doenças que mais matam mulheres no Brasil e no mundo e a mamografia é o método mais eficaz para detectar precocemente este câncer.

É uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raios X chamado mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas de câncer antes do surgimento dos sintomas, ou seja, antes que seja palpada qualquer alteração nas mamas.

A história da mamografia iniciou-se com Albert Salomon, cirurgião alemão que, em 1913, estudou a aplicação da radiologia nas doenças da mama. As primeiras radiografias das mamas foram realizadas por M. Romagnoli, na Itália em 1931, e chamou a atenção para o diagnóstico precoce do câncer de mama.

Em 1949, Raul Leborgne revitalizou o interesse pela mamografia, chamando a atenção sobre a necessidade de qualificação técnica para o posicionamento e parâmetros radiológicos utilizados. Ele foi o pioneiro na melhoria da qualidade da imagem, além de dar ênfase especial ao diagnóstico diferencial entre calcificações benignas e malignas.

No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde – assim como a da Organização Mundial da Saúde e a de outros países – é a realização da mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em mulheres com idade entre 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos, como forma de identificar o câncer antes do surgimento de sintomas.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), nas populações que têm acesso à mamografia preventiva periódica, o número de mortes pela doença diminui de 15% a 45%. “A SBM recomenda que a realização anual do exame deve iniciar a partir dos 40 anos, mas nos casos em que a paciente tiver histórico familiar para câncer de mama (como mãe, pai, irmã) a mamografia deve ser iniciada pelo menos 10 anos antes da idade em que o familiar apresentou a doença”, afirma ele, mas alerta que em todos os casos, a mulher precisa ser acompanhada por um mastologista (médico especializado na saúde das mamas) anualmente.

É importante lembrar que o autoexame das mamas realizado pela própria mulher, apalpando os seios, ajuda na identificação de tumores maiores, porém, isso não substitui o exame clínico realizado por profissional da saúde e a mamografia.

Obs.: Embora a mamografia seja o principal exame para detectar anormalidades nas mamas, apenas uma biópsia poderá confirmar o diagnóstico, se benigno ou maligno.

O diagnóstico precoce do câncer de mama significa chance de cura de 90 a 95%; cirurgias menores e tratamentos menos agressivos.

O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários.

Sinais e sintomas:

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:

– Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;
– Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
– Alterações no bico do peito (mamilo);
– Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
– Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.

Tratamento:

O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, as características biológicas do tumor e as condições da paciente (idade, se já passou ou não pela menopausa, doenças preexistentes e preferências).

As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:

– Tratamento local: cirurgia e radioterapia;
– Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

Prevenção e controle:

O controle do câncer de mama é prioridade na agenda de saúde do Brasil. A perspectiva atual do Sistema Único de Saúde é impulsionar a organização das redes regionalizadas de atenção à saúde para garantir a detecção precoce, a investigação diagnóstica e o tratamento oportuno, reduzindo o número de casos de doença avançada e a mortalidade.

A prevenção deve ser também valorizada por meio da informação e de oportunidades para a adoção de práticas mais saudáveis.

Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como:

– Praticar atividade física;
– Manter o peso corporal adequado;
– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
– Amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção contra o câncer;
– Não fumar e evitar o tabagismo passivo são medidas que podem contribuir para a prevenção do câncer de mama.

O Dia Nacional da Mamografia é uma data comemorativa instituída pela Lei nº 11.695/2008, com o intuito de sensibilizar as mulheres sobre a importância da realização do exame.


Fontes
:

Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer
Escola Paulista de Medicina
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
INCA. Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil
KALAF, José Michel. Mamografia: uma história de sucesso e de entusiasmo científico. Radiologia Brasileira, São Paulo, v. 47, n. 4, 2014.
KOCH, Hilton. Mamografia como método para diagnosticar o câncer de mama. Radiologia Brasileira, São Paulo, v. 49, n. 6, 2016.
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Mastologia