Crianças não podem tomar a vacina contra a Covid-19 junto com outras vacinas


 

No início de 2022, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão de crianças da faixa etária de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO). Estima-se que esse público seja de 20 milhões de crianças.

Mesmo que o número em crianças contaminadas seja menor, existem casos de crianças que adquiriram a forma grave da doença e de morte. Além de proteger a saúde das crianças, a vacinação em massa ajuda a parar a circulação do vírus, pois quanto maior o número de pessoas vacinadas, mais barreiras contra a circulação viral teremos. É, também, uma proteção indireta para familiares considerados como grupo de risco.

 

Para que a atualização da carteirinha de vacinação não demande várias idas aos postos e clínicas de saúde, orienta-se fazer diferentes imunizações ao mesmo tempo.

No entanto, o cenário é outro quando falamos em combinar a vacina pediátrica contra Covid-19 (tanto a Pfizer quanto a CoronaVac) com outras previstas no calendário infantil, de acordo com a idade do pequeno.

“Para crianças de cinco a 11 anos, não liberamos concomitância entre as vacinas“, explica Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Portanto, é preciso esperar 15 dias entre a imunização contra Covid-19 e a aplicação de outras vacinas previstas para as faixas etárias, como o reforço da Tríplice Bacteriana (dTPa) e contra a poliomielite aos cinco anos.

O mesmo vale, por exemplo, para os menores de seis anos que precisam receber a dose da Meningocócicas Conjugadas ACWY/C ou os de nove, que devem se proteger com duas aplicações contra o HPV, além do reforço da Tríplice Bacteriana Acelular do tipo adulto (dTpa).

O intervalo entre a imunização contra Covid-19 e outras vacinas para crianças de cinco a 11 anos é necessário, neste momento, por motivos de farmacovigilância, isto é, para que seja mais fácil identificar algum evento adverso que porventura aconteça e não haja confusão sobre qual imunizante causou a reação.

De acordo com a imunologista Ana Karolina Barreto Marinho, membro do Departamento Científico da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), ainda que este período de espera possa fazer com que os cuidadores pensem em diversas justificativas devido ao medo que ainda existe em relação à imunização infantil, é importante saber que este intervalo é exatamente uma medida de precaução para que todo o processo de vacinação seja acompanhado de perto.

É recomendado priorizar qual vacina neste momento?

A especialista pondera sobre ser difícil falarmos de prioridades em relação à vacinação infantil, já que “as doenças infecciosas continuam existindo e algumas, embora sejam raras, podem ser fatais, como a meningite por meningococo”, completa.

No entanto, tanto Ana Karolina quanto Kfouri concordam que, em decorrência do momento pandêmico que ainda vivemos, é indicado levar a criança para se imunizar contra Covid-19 assim que chegar a vez dela. E, depois do intervalo, continuar a atualizar a carteirinha de vacinação contra as outras doenças.

É importante seguir a programação das segundas doses ou de reforço, se houver, além de manter o uso de máscara, higienização das mãos e evitar aglomerações.


Fonte:

A. C. Camargo Cancer Center
Alice Arnoldi – Ed. Abril
Sociedade Brasileira de Pediatria