05/5 – Dia Nacional do Uso Racional de Medicamento


 

O Dia Nacional do Uso Racional de Medicamento (URM) é uma data comemorativa que surgiu a partir do movimento estudantil [do curso] de Farmácia, que idealizou e estruturou a campanha há 22 anos. Até hoje, esse dia é lembrado pelos conselhos Federal e regionais de Farmácia, pelo Ministério da Saúde, diversas instituições e pelos centros acadêmicos dos estudantes de Farmácia, anualmente.

“Naquela época, estava se discutindo muito as políticas que hoje norteiam a prática farmacêutica, tanto que em 1998 foi quando se publicou a Política Nacional de Medicamentos. Em 1999, foi o ano da criação da Anvisa. Foi nessa época, também, que estourou o escândalo da pílula de farinha, então os estudantes de Farmácia estavam preocupados e muito envolvidos nessas discussões. Foi este o contexto que gerou a campanha do URM.” (Dr. Antônio Bonfim, coordenador da Executiva Nacional de Estudantes de Farmácia (Enefar), de 2010 a 2011).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), entende-se que há uso racional de medicamento quando pacientes recebem medicamentos para suas condições clínicas em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade.

O uso irracional ou inadequado de medicamentos é um dos maiores problemas em nível mundial. A OMS estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ​​ou vendidos de forma inadequada, e que metade de todos os pacientes não os utiliza corretamente.

Exemplos de uso irracional de medicamentos incluem: uso de muitos medicamentos por paciente (“polifarmácia”); uso inadequado de antimicrobianos, muitas vezes em dosagem inadequada, para infecções não bacterianas; excesso de uso de injeções quando formulações orais seriam o mais apropriado; falta de prescrição de acordo com as diretrizes clínicas; automedicação inapropriada, muitas vezes de medicamentos prescritos; não aderência aos regimes de dosagem.

Uma pesquisa do Conselho Federal de Farmácia (CFF), realizada no ano passado, apontou que a pandemia fez os brasileiros usarem mais remédios. De acordo com o CFF, 77% das pessoas usam  medicamento sem prescrição médica, sendo que quase metade (47%) se automedica pelo menos uma vez por mês e um quarto (25%), todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

Conforme dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no boletim de 2021, das 216.406 notificações sobre produtos e serviços relacionados à vigilância sanitária, 80,67% estavam relacionadas a intoxicação por medicamentos.

Para Thiago Pires, farmacêutico da Farmácia Central da Prefeitura de Juiz de Fora, “os farmacêuticos e a equipe multiprofissional estão aptos a intervir na busca de reverter essas estatísticas. Este cenário pode ser revertido com práticas de educação em saúde, orientar a população sobre o uso de medicamentos, incluindo seu descarte correto, e o que fazer quando o corpo apresenta sinais e sintomas de que algo não está bem; estas práticas são conhecidas como autocuidado. ”

 

A utilização racional do medicamento inicia-se na prescrição correta, passando por outros processos importantes, como o acesso e a orientação necessária para seu uso, além da administração precisa nos horários e pelo período de duração do tratamento recomendados pelo profissional de saúde.

Perigos da automedicação

A automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria ou pela indicação de uma pessoa não habilitada, ou seja, alguém que não é profissional de saúde, apto a prescrever, para tratar de sinais e sintomas relatados pelo indivíduo.

Automedicar-se pode gerar danos à saúde, como retardar o diagnóstico de alguma doença ao mascarar sintomas, levar à intoxicação medicamentosa, alergias, lesões em órgãos como fígado e rins. Além disso, todo medicamento é passível de provocar efeitos colaterais, o que também prejudica a saúde.

Uso excessivo, indevido ou o sub uso de medicamentos resulta em riscos para a saúde, além de desperdício de recursos financeiros.

 

O uso racional de medicamentos é uma prática associada, ainda, ao correto descarte de remédios vencidos ou fora de uso, cabendo aos profissionais de saúde informar aos pacientes que procurem um posto de coleta, pois, há farmácias, drogarias, postos de saúde e hospitais que prestam esse serviço. A Vigilância Sanitária ou a Secretaria de Saúde dos municípios pode dar maiores informações a esse respeito.

O Brasil é o sétimo país que mais consome medicamentos no mundo. Porém, devido aos grandes riscos à saúde humana e ao meio ambiente, o descarte de medicamentos deve ser feito em pontos de coleta específicos, para serem posteriormente encaminhados à destinação final.

 

Fontes:

Conselho Regional de Farmácia da Bahia
Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná
Diário de Pernambuco
Ministério da Saúde
Prefeitura de Juiz de Fora (MG)