O Dia Mundial da Pneumonia foi estabelecido pela Stop Pneumonia Initiative em 2009 com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância da luta para reduzir as mortes provocadas pelo maior assassino infeccioso de adultos e crianças.
A doença tirou a vida de 2,5 milhões de pessoas, incluindo 672.000 crianças, somente em 2019. Os efeitos combinados da pandemia de COVID-19, da mudança climática e dos conflitos estão alimentando uma crise de pneumonia que coloca milhões a mais de pessoas em risco de contrair a infecção e de morte. Em 2021, a estimativa de óbitos por infecções respiratórias, incluindo COVID-19, é de 6 milhões.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) registra, anualmente, mais de 600 mil internações por Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) e Influenza.
De acordo com o Ministério da Saúde, houve 44.523 mortes por pneumonia de janeiro a agosto de 2022. No mesmo período do ano passado foram 31.027 óbitos.
A campanha da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) alerta que cada minuto que o paciente com pneumonia passa sem o antibiótico pode ser decisivo para a mortalidade. Portanto, é necessário orientar as pessoas a procurarem a emergência ao observar sintomas semelhantes aos de uma gripe forte que não sara.
A SBPT chama a atenção, ainda, para o fato de que a necessidade do cuidado com a pneumonia é maior nos extremos de idade (idosos e crianças) e para quem tem o sistema imunológico mais comprometido.
Pacientes que fazem uso de corticoide em altas doses ou há muito tempo, por exemplo, devem ser avaliados. A atenção deve ser redobrada também para quem tem comorbidades, como a diabetes.
Crianças que vivem em áreas com taxas de vacinação em declínio, desnutrição crescente devido à escassez de alimentos e em casas que usam combustíveis poluentes para cozinhar e aquecer, são particularmente vulneráveis.
Dados de 2019 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) mostram que uma criança morre de pneumonia a cada 43 segundos. O Unicef previu uma explosão de mortes de crianças se não forem tomadas medidas urgentes para que essa população seja alcançada pelos serviços de saúde, inclusive com oxigênio e antibióticos.
Idosos expostos à poluição do ar – mais significativamente pela queima de combustíveis fósseis – e ao tabagismo também estão em risco. Quase metade das 1,6 milhão mortes estimadas por pneumonia entre adultos com mais de 50 anos são atribuíveis a esses fatores.
A maioria das populações perigosamente expostas à pneumonia vive em um grupo de países de baixa e média renda na África, Ásia e América Latina. Os esforços para mobilizar as comunidades para educar e capacitar as famílias e fortalecer os sistemas de saúde para prevenir, diagnosticar e tratar a pneumonia farão uma grande diferença para uma doença que pode ser prevenida e tratada.
A pneumonia é uma doença inflamatória aguda que acomete os pulmões e pode ser provocada por bactérias, vírus, fungos ou pela inalação de produtos tóxicos.
Sintomas:
As principais manifestações clínicas da pneumonia são tosse com produção de expectoração; dor torácica, que piora com os movimentos respiratórios; mal-estar geral; falta de ar e febre.
Transmissão:
A pneumonia pode ser adquirida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou, na época do inverno, devido a mudanças bruscas de temperatura. Essas mudanças comprometem o funcionamento dos pelos do nariz, responsáveis pela filtragem do ar aspirado, o que acarreta uma maior exposição aos micro-organismos causadores da doença.
Diagnóstico e tratamento:
Exame clínico, auscultação dos pulmões e radiografias de tórax são recursos essenciais para o diagnóstico de pneumonia.
O tratamento depende do micro-organismo causador da doença. Nas pneumonias bacterianas, devem-se usar antibióticos. Na maior parte das vezes, quando a pneumonia é causada por vírus, o tratamento inclui apenas medicamentos para aliviar os sintomas, como febre e dor, podendo ser necessários medicamentos antivirais nas formas graves da doença. Nas pneumonias causadas por fungos, utilizam-se medicamentos específicos.
É muito importante saber que, se não tratada corretamente, a pneumonia pode evoluir para um quadro mais grave e fatal.
Fatores de risco:
– Fumo: provoca reação inflamatória que facilita a penetração de agentes infecciosos;
– Álcool: interfere no sistema imunológico e na capacidade de defesa do aparelho respiratório;
– Ar-condicionado: deixa o ar muito seco, facilitando a infecção por vírus e bactérias;
– Resfriados malcuidados;
– Mudanças bruscas de temperatura.
Prevenção:
As principais formas de prevenir a doença são recomendações simples: lavar as mãos, não fumar, não usar bebidas alcoólicas, evitar aglomerações e se vacinar. Além da vacina da gripe há, ainda, a vacina anti-pneumocócica que previne as pneumonias causadas pela bactéria ‘pneumococo’.
Em caso de contágio, a imunização diminui a intensidade dos sintomas, além de evitar as formas graves da doença e a mortalidade para esse tipo específico de pneumonia.
Algumas das populações prioritárias para receber a vacina são: adultos com idade igual ou superior a 60 anos, portadores de doenças crônicas, indivíduos com deficiências no sistema imunológico, gestantes, residentes em lares de idosos, profissionais da saúde, cuidadores de crianças, indígenas, população carcerária, tabagistas e pessoas com asma.
Fontes:
Fundação Oswaldo Cruz
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)
Stop Pneumonia Initiative