“Educação para proteger o amanhã”: 14/11 – Dia Mundial e Nacional do Diabetes


 

Acesso aos Cuidados do Diabetes é o tema da campanha para o triênio 2021-23. Em 2022, o subtema: Educação para proteger o amanhã concentra-se em destacar a necessidade de melhor acesso à educação de qualidade, para profissionais de saúde e pessoas que vivem com a doença.

Neste Dia Mundial, a International Diabetes Federation (IDF) pede aos formuladores de políticas que aumentem o acesso à educação sobre diabetes como um meio para ajudar a melhorar a vida de mais de meio bilhão de pessoas que vivem com a doença em todo o mundo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional.

O número crescente de pessoas afetadas pelo diabetes sobrecarrega os sistemas de saúde tornando fundamental o papel dos profissionais de saúde na detecção e no diagnóstico precoces da condição, e na prestação do melhor atendimento possível. Ao mesmo tempo, os pacientes com a doença precisam ter acesso à educação permanente para compreendê-la e realizar o autocuidado diário, essencial para que se mantenham saudáveis e sem complicações.

A Organização Mundial de Saúde definiu cinco metas de cobertura do diabetes para até 2030:

– 80% das pessoas que vivem com diabetes estejam diagnosticadas;
– 80% das pessoas diagnosticadas tenham um bom controle da glicemia;
– 80% das pessoas diagnosticadas tenham um bom controle da pressão arterial;
– 60% das pessoas com diabetes, com 40 anos ou mais recebam estatinas (medicamentos para baixar os níveis de colesterol);
– 100% das pessoas com diabetes tipo 1 tenham acesso a insulina e a automonitorização da glicemia.

 

Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou pela má absorção da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas com a função de quebrar as moléculas de glicose transformando-as em energia para a manutenção das células do organismo.

Sua falta provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes, que se caracteriza por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.

O aumento dos níveis de glicemia pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.

Tipos:

Tipo 1: causado pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos.

Tipo 2: resulta da resistência à insulina e de deficiência na sua secreção. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos.

Diabetes Gestacional: é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto. Sua causa exata ainda não é conhecida.

Outros: são decorrentes de defeitos genéticos associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos. Podem ser: defeitos genéticos da função da célula beta; defeitos genéticos na ação da insulina; doenças do pâncreas (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística, etc.); induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos, etc.).

Principais sintomas do Diabetes tipo 1:

– Vontade de urinar diversas vezes;
– Fome frequente;
– Sede constante;
– Perda de peso;
– Fraqueza;
– Fadiga;
– Nervosismo;
– Mudanças de humor;
– Náusea;
– Vômito.

Principais sintomas do Diabetes tipo 2:

– Infecções frequentes;
– Alteração visual (visão embaçada);
– Dificuldade na cicatrização de feridas;
– Formigamento nos pés;
– Furúnculos.

Tratamento:

Tipo 1: exige o uso de insulina por via injetável para suprir o organismo desse hormônio que deixou de ser produzido pelo pâncreas. A suspensão da medicação pode provocar a cetoacidose diabética, distúrbio metabólico que pode colocar a vida em risco.

Tipo 2: não depende da aplicação de insulina e pode ser controlado por medicamentos ministrados por via oral. A doença descompensada pode levar ao coma hiperosmolar, uma complicação grave que pode ser fatal.

A dieta alimentar equilibrada é fundamental para o controle do diabetes. A orientação de um nutricionista e o acompanhamento de psicólogos e psiquiatras podem ajudar muito a reduzir o peso e, como consequência, criar a possibilidade de usar doses menores de remédios.

Atividade física é de extrema importância para reduzir o nível da glicose nos dois tipos de diabetes.

Complicações:

O tratamento correto do diabetes significa manter uma vida saudável para evitar diversas complicações que surgem em consequência do mau controle da glicemia. Altas taxas de açúcar no sangue, mantidas de forma prolongada, podem causar sérios danos à saúde:

– Retinopatia diabética: lesões que aparecem na retina do olho. Causam pequenos sangramentos que podem provocar a perda da acuidade visual;

– Nefropatia diabética: alterações nos vasos sanguíneos dos rins fazem com que haja a perda de proteínas na urina; o órgão pode reduzir sua função lentamente, porém de forma progressiva, até sua paralisação total;

– Neuropatia diabética: os nervos ficam incapazes de emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas como: formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos; dores locais e desequilíbrio; enfraquecimento muscular; traumatismo dos pelos; pressão baixa; distúrbios digestivos; excesso de transpiração e impotência;

– Pé diabético: ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar complicações que podem levar à amputação do membro afetado;

– Infarto do miocárdio e acidente vascular: ocorrem quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, somado à atividade física e medicamentos que possam combater a pressão alta e o aumento do colesterol, bem como a suspensão do tabagismo (se for fumante), são medidas imprescindíveis. A incidência deste problema é de 2 a 4 vezes maior nas pessoas com diabetes;

– Infecções: o excesso de glicose pode causar danos ao sistema imunológico, aumentando o risco de contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate aos vírus, bactérias, etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia.

O alto índice de açúcar no sangue é propício, ainda, para que fungos e bactérias se proliferem em áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés, genitais e local de incisão cirúrgica.

Prevenção:

Pacientes com história familiar da doença devem ser orientados a:

– Manter o peso normal; não fumar; controlar a pressão arterial; evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas; praticar atividade física regular.

Pacientes com diabetes devem ser orientados a:

– Realizar exame diário dos pés para evitar o aparecimento de lesões; manter uma alimentação saudável; utilizar os medicamentos prescritos; praticar atividades físicas; manter um bom controle da glicemia, seguindo corretamente as orientações médicas.

 

A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Comportamentos saudáveis evitam não apenas o diabetes, mas outras doenças crônicas, como o câncer.

Em comemoração ao Dia Mundial do Diabetes 2022, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), realiza o webinário “Panorama do Diabetes nas Américas”, sexta-feira, 11 de novembro de 2022, das 11h às 12h30 (EST). As inscrições podem ser feitas aqui!

Caso a capacidade máxima da plataforma Zoom seja atingida, é possível acompanhar o seminário pelo canal da Opas no YouTube.

O objetivo deste evento é destacar a importância do diabetes como problema de saúde pública e os desafios e oportunidades existentes para melhorar sua prevenção, diagnóstico e tratamento.

 

Fontes:

Associação Nacional de Atenção ao Diabetes
Dr. Dráuzio Varella
International Diabetes Federation
Ministério da Saúde
Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)
Sociedade Brasileira de Diabetes
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia