14 a 21/12 – Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea


 

A Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, instituída pela Lei nº 11.930/2009 é uma campanha de fundamental importância para conscientizar a população  sobre a doação e o transplante de medula. Doar é simples e pode ser a diferença entre a vida e a morte para os pacientes que aguardam pela oportunidade de fazer o procedimento.

O transplante de medula óssea é uma modalidade de tratamento indicada para doenças relacionadas com a fabricação de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico.

Os principais beneficiados com o transplante são pacientes com leucemias originárias das células da medula óssea, linfomas, doenças originadas do sistema imune em geral, dos gânglios e do baço, e anemias graves (adquiridas ou congênitas).

Outras doenças, não tão frequentes, também podem ser tratadas com transplante de medula, como as mielodisplasias, doenças do metabolismo, doenças autoimunes e vários tipos de tumores.

Para que se realize o transplante de medula é necessário que haja uma total compatibilidade entre doador e receptor. Caso contrário, a medula será rejeitada.

A análise de compatibilidade é realizada por meio de testes laboratoriais específicos, a partir de amostras de sangue do doador e do receptor, chamados de exames de histocompatibilidade.

Com base nas leis da genética, as chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 25%, enquanto que, entre indivíduos não aparentados, é, em média, de 1 em 100 mil.

De acordo com dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), há 5.429.638 de doadores cadastrados para um número médio de 650 pacientes em busca de doador não aparentado.

O que é a medula óssea:

É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. A medula óssea desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das células sanguíneas, pois é lá que são produzidos os leucócitos (glóbulos brancos), as hemácias (glóbulos vermelhos), e as plaquetas.

Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo, nos defendem das infecções. Pelas hemácias, o oxigênio é transportado dos pulmões para as células de todo nosso organismo e o gás carbônico é levado destas para os pulmões, a fim de ser expirado. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

O que são células-tronco:

As células-tronco surgem no ser humano, ainda na fase embrionária, previamente ao nascimento. Após o nascimento, alguns órgãos ainda mantêm dentro de si uma pequena porção de células-tronco, que são responsáveis pela renovação constante desse órgão específico.

Essas células têm três características distintas:

Conseguem se auto reproduzir, duplicando-se, gerando duas células com iguais características.

Conseguem diferenciar-se, dando origem a diversas outras células de seus respectivos tecidos e órgãos.

Conseguem diferenciar-se, transformando-se em diversas células de outros tecidos da mesma origem evolutiva.

Um exemplo é a célula-tronco hematopoiética, que se localiza na medula óssea e é responsável pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas).

Esta é a célula que efetivamente substituímos quando realizamos um transplante de medula óssea. As células-tronco da medula podem ser coletadas, preservadas por congelamento e, posteriormente, descongeladas e utilizadas no tratamento.

Por que doar:

O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias.

Além disso, o doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras – para 75% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares parcialmente compatíveis (haploidênticos).

Como é feita a doação:

– A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas.

– A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções.

– O procedimento leva em torno de 90 minutos.

– A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.

– Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples.

– Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação.

Há outro método de doação chamado coleta por aférese. Neste caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.

A decisão sobre o método de doação mais adequado é exclusiva dos médicos assistentes, tanto do paciente quanto do doador, e será avaliada em cada caso.

Como ser um doador:

– Procure o hemocentro do seu estado e agende uma consulta de esclarecimento ou palestra sobre doação de medula óssea.

– O voluntário à doação irá assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (10ml) do candidato a doador. É necessário apresentar o documento de identidade.

– O seu sangue será analisado por exame de histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório para identificar suas características genéticas que vão ser cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade.

– Os seus dados pessoais e o tipo de HLA serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).

– Quando houver um paciente com possível compatibilidade, você será consultado para decidir quanto à doação. Por este motivo, é necessário manter os dados sempre atualizados.

– Para seguir com o processo de doação serão necessários outros exames para confirmar a compatibilidade e uma avaliação clínica de saúde.

– Somente após todas estas etapas concluídas o doador poderá ser considerado apto e realizar a doação.

Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:

– Ter entre 18 e 35 anos de idade.

– Estar em bom estado geral de saúde.

– Não ter doença infecciosa ou incapacitante.

– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.

– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.

Se você já é cadastrado no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea, lembre-se de manter seu cadastro atualizado. No caso de haver um paciente compatível, será preciso encontrá-lo o mais rápido possível. Daí a importância dos seus dados, principalmente endereço e telefone, estarem sempre atualizados.

Em caso de mudança de informações preencha o formulário ou entre em contato pelos telefones (21) 3207-4700 e 3207-4701. Atualize aqui seus dados no Redome!


Fontes
:

Hospital Nossa Senhora da Conceição (Minas Gerais)
Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea
Secretaria de Estado de Saúde de Goiás