O Dia Mundial de Conscientização Sobre Linfomas é uma data dedicada à conscientização sobre essa forma cada vez mais comum de câncer. É uma iniciativa global organizada pela Lymphoma Coalition desde 2004, com o objetivo de aumentar a conscientização pública sobre todos os subtipos de linfoma em termos de reconhecimento de sintomas, diagnóstico precoce e tratamento.
Como consequência da pandemia de Covid-19, pacientes têm enfrentado acesso reduzido a cuidados, tratamento e suporte. Da mesma forma, devido à falta de acesso a profissionais médicos e a hesitação em procurar atendimento médico ao apresentar sintomas, houve menos diagnósticos e, como consequência, espera-se um câncer mais avançado.
O slogan da campanha continua sendo “não podemos esperar” e, em 2022, o foco é a necessidade urgente de melhorar a forma como os linfomas são diagnosticados, tratados e rastreados!
Linfoma é o câncer que afeta os linfócitos, células responsáveis por proteger o corpo de infecções. Esse tipo de câncer se desenvolve principalmente nos linfonodos, também chamados de gânglios linfáticos.
Em geral, os linfomas acometem os gânglios linfáticos (linfonodos), com aumento de volume dessas estruturas, popularmente denominadas de “ínguas” e que fazem parte do sistema de defesa do organismo.
Os pacientes podem apresentar aumento desses linfonodos que ocorrem em diversas partes do corpo, como pescoço, axilas, virilha, dentro do abdome e também aumento do baço, além de poder acometer outros órgãos, como ossos, pulmão, fígado e cérebro.
Existem mais de 40 subtipos de linfomas, divididos inicialmente em dois grupos: os Linfomas de Hodgkin (LH) e os Linfomas não-Hodgkin (LNH).
Ambos os grupos apresentam comportamentos, sinais e graus de agressividade diferentes. A principal diferença está nas células doentes: o LH é caracterizado pela presença de células grandes e facilmente identificáveis no linfonodo acometido. Já o LNH não tem um tipo celular característico.
Quanto à gravidade, em ambos os tipos, dependerá do subtipo e do estadiamento em que o linfoma for detectado.
Sintomas:
O desconhecimento sobre a doença e o diagnóstico e tratamento tardios são a principal causa de morte. Para isso, é necessária atenção aos principais sintomas, como: febre (vespertina); suor noturno anormal; perda de peso e de apetite; coceira na pele; surgimento de ínguas (em especial na região do pescoço, axila e virilha).
Na maior parte das vezes, estes sintomas não são causados por câncer, porém é importante que, caso não haja melhora em poucos dias, que eles sejam investigados por um médico.
Diagnóstico e tratamento:
O diagnóstico é feito por meio de biópsia cirúrgica da tumoração, em geral, um linfonodo aumentado e o tratamento baseia-se no emprego de quimioterapia, associada ou não à imunoterapia, dependendo do tipo específico de linfoma.
Não há uma forma própria de prevenção ao desenvolvimento de linfomas, tal como ocorre em outras formas de câncer, tendo como exemplo o câncer de pulmão, em que a cessação do tabagismo pode reduzir significativamente os riscos.
Nos linfomas, a melhor forma de atuar é na detecção e no diagnóstico precoce, que pode permitir o tratamento ainda em estágios menos avançados da doença, com alguns tipos de linfomas considerados curáveis com as terapias disponíveis.
No Brasil, os linfomas são a oitava forma mais comum de câncer, com incidência em torno de 6 pessoas a cada 100 mil habitantes, havendo leve predominância de homens em relação à incidência nas mulheres. O risco de óbito por linfoma é de cerca de 2 para cada 100 mil pessoas (1,95/100.000 para mulheres e 2,47/100.000 para homens).
Fontes:
Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE)
Hospital Nossa Senhora da Conceição de Pará de Minas (MG)
Lymphoma Coalition
Ministério da Saúde