O tema de 2022 “Conheça a demência, conheça a doença de Alzheimer”, definido pela Alzheimer’s Disease International (ADI), segue a campanha mundial do ano passado, com foco especial no apoio pós-diagnóstico.
Aumentando a conscientização e o conhecimento global, pessoas, famílias, comunidades e governos serão capazes de preparar, adaptar e apoiar aqueles que são mais afetados pela doença.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem cura, que afeta, majoritariamente, pessoas acima de 65 anos de idade, impactando a memória, a linguagem e a percepção do mundo. Provoca alterações no comportamento, na personalidade e no humor do paciente.
Os sintomas podem ser divididos em três “fases”:
– Leve: falhas de memória e esquecimentos constantes; dificuldades em realizar tarefas complexas (como cuidar das finanças);
– Moderada: o paciente já necessita de ajuda para realizar tarefas simples, como se vestir;
– Avançada: o paciente necessita de auxílio para realizar qualquer atividade, como comer, tomar banho e cuidar da higiene.
Dez sinais de alerta para o Alzheimer:
– Problema de memória que chega a afetar as atividades e o trabalho;
– Dificuldade para realizar tarefas habituais;
– Dificuldade para comunicar-se;
– Desorientação no tempo e no espaço;
– Diminuição da capacidade de juízo e de crítica;
– Dificuldade de raciocínio;
– Colocar coisas no lugar errado, muito frequentemente;
– Alterações frequentes do humor e do comportamento;
– Mudanças na personalidade;
– Perda da iniciativa para fazer as coisas.
Fatores de risco:
Existem diversos fatores de risco relacionados ao desenvolvimento da demência e um deles é o aumento da idade. Embora a idade tenha influência no risco de surgimento da doença, a demência não é considerada parte normal do envelhecimento.
Alguns fatores de risco podem ser modificados e outros não. A redução da pressão arterial, por exemplo, diminui o risco de acidente vascular cerebral. Já a idade ou histórico familiar não podem ser alterados.
Fatores modificáveis:
Embora não seja possível alterar genes, existem mudanças que podem ser feitas e que ajudam a reduzir o risco de desenvolvimento da doença.
A ADI listou 12 fatores de risco potencialmente modificáveis que podem prevenir ou retardar até 40% dos casos de demência, caso haja uma mudança, como prevenção primária do Alzheimer:
Sedentarismo: A atividade física regular é uma das melhores maneiras de reduzir o risco de demência. Praticar exercício é bom para o seu coração, circulação, peso e bem-estar mental.
Fumo: Fumar aumenta muito o risco de desenvolver demência. Com este hábito, você também está aumentando o risco de outras condições, incluindo diabetes tipo 2, acidente vascular cerebral, câncer de pulmão e outros.
Álcool em excesso: A ingestão de álcool em excesso aumenta o risco de demência. O consumo nocivo de álcool é fator causal em mais de 200 condições de doenças e lesões.
Poluição do ar: Uma quantidade crescente de evidências e pesquisas mostram que a poluição do ar aumenta o risco de demência.
Ferimento/trauma na cabeça: As lesões na cabeça são mais comumente causadas por acidentes de carro, motocicleta e bicicleta; exposições militares; boxe, futebol, hóquei e outros esportes; armas de fogo e agressões violentas e quedas.
Contato social pouco frequente: Está bem estabelecido que a conexão social reduz o risco de demência. O contato social aumenta a reserva cognitiva e encoraja comportamentos benéficos.
Menos educação: Um baixo nível de escolaridade no início da vida afeta a reserva cognitiva e é um dos fatores de risco mais significativos para demência.
Obesidade: Particularmente na meia-idade, a obesidade está associada a um risco aumentado de demência.
Hipertensão: A hipertensão (pressão alta) na meia-idade aumenta o risco de demência de uma pessoa, além de causar outros problemas de saúde. A medicação para hipertensão é a única preventiva e eficaz conhecida para a demência.
Diabetes: O diabetes tipo 2 é um fator de risco para o desenvolvimento de demência futura. Não está claro se algum medicamento específico contribuí para isso, mas o tratamento do diabetes é importante por outros motivos de saúde.
Depressão: A depressão está associada à incidência de demência. A depressão faz parte do pródromo da demência (um sintoma que ocorre antes dos sintomas verificados para o diagnóstico). Não está claro até que ponto a demência pode ser causada por depressão ou o inverso.
Deficiência auditiva: Pessoas com perda auditiva têm um risco significativamente maior de demência. O uso de aparelhos auditivos parece reduzir o risco.
Tratamento:
Apesar de ainda não haver cura para a doença de Alzheimer, já existem opções de tratamento: medicamentos (disponíveis nas farmácias do SUS), reabilitação cognitiva, terapia ocupacional, controle de pressão alta, diabetes e colesterol, além de atividade física regular, podem ajudar a manter a qualidade de vida por mais tempo.
Além de controlar os fatores de risco, outros hábitos também ajudam na prevenção:
– Ter uma vida ativa e com objetivos;
– Procurar estudar e adquirir conhecimento;
– Trabalhar sua capacidade de concentração;
– Dormir bem.
Atualmente, estima-se que mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com demência e o número de pessoas afetadas deve aumentar para 139 milhões até 2050.
Segundo o World Alzheimer Report 2021, o Brasil estará entre os mais afetados pela doença, uma vez que há maior incidência de casos em países populosos, de média e baixa renda. Além do Brasil, Índia, China, Nigéria e México devem apresentar os maiores números de casos.
Esses países possuem outras características em comum: o aumento do número de pessoas idosas e um grande número de fatores considerados de risco, que também contribuem para agravar o quadro, como: doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e diabetes.
O World Alzheimer Report 2022 será lançado pela Alzheimer’s Disease International, em um webinar que ocorrerá dia 21 de setembro de 2022, às 09:00 (horário de Brasília)
As inscrições para o evento estão disponíveis aqui!
No Brasil, a Lei nº 11.736/2008 instituiu o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer a ser comemorado na mesma data do Dia Mundial, 21 de setembro.
Fontes:
Agência Brasil
Alzheimer’s Disease International
Associação Brasileira de Alzheimer
Dementia UK
Rádio Senado
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia