A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer órgãos como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença.
No Brasil, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose, anualmente.
A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotículas de saliva que podem ser aspiradas por outro indivíduo.
A tuberculose é um dos agravos fortemente influenciados pela determinação social, apresentando uma relação direta com a pobreza e a exclusão social.
Assim, torna-se importante a interlocução com as demais políticas públicas, sobretudo a assistência social, num esforço de construir estratégias Intersetoriais como forma de viabilizar proteção social às pessoas com tuberculose.
Os serviços de saúde, ao identificarem pessoas com tuberculose em situação de vulnerabilidade, devem orientá-las a buscar os serviços da assistência social, especialmente o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), para avaliação das condicionalidades e posterior cadastramento para o acesso aos benefícios disponíveis.
Os programas sociais podem melhorar as condições de vida do indivíduo e contribuir para a adesão ao tratamento da tuberculose.
Iniciativas locais (municipais ou estaduais) são importantes, como a oferta de benefícios sociais ou incentivos como o auxílio alimentação, transporte, entre outras, dado que fortalece a adesão ao tratamento da tuberculose, propiciando um melhor desfecho.
Brasil Livre da Tuberculose: Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública
O país assume o compromisso de eliminar a tuberculose por meio do “Plano Brasil livre da tuberculose”, publicado em 2017.
O plano é baseado em três pilares: (i) “prevenção e cuidado integrado e centrado na pessoa”, (ii) “políticas arrojadas e sistema de apoio”, e (iii) “Intensificação da pesquisa e inovação” e possui 4 fases de execução (2017-2020, 2021-2025, 2026-2030 e 2031-2035).
As metas do “Plano nacional pelo fim da tuberculose como problema de saúde pública”, são: alcançar uma redução de 90% do coeficiente de incidência da TB e uma redução de 95% no número de mortes pela doença no país até 2035, quando comparados aos dados de 2015.
Para o Brasil, significa que é necessário reduzir o coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e reduzir o número de óbitos pela doença para menos de 230 ao ano, até 2035.
Sinais e sintomas mais frequentes da tuberculose:
– tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com pus ou sangue;
– cansaço excessivo e prostração;
– febre baixa geralmente no período da tarde;
– suor noturno;
– falta de apetite;
– emagrecimento acentuado;
– rouquidão.
Alguns pacientes, entretanto, não exibem nenhum indício da doença, enquanto outros apresentam sintomas aparentemente simples, que não são percebidos durante alguns meses. Pode ser confundida com uma gripe, por exemplo, e evoluir durante 3 a 4 meses sem que a pessoa infectada saiba, ao mesmo tempo em que transmite a doença para outras pessoas.
Prevenção e tratamento:
A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves da doença e está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e em algumas maternidades. Essa vacina deve ser ministrada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias.
A melhor forma de prevenir a transmissão da doença é fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível.
Quinze dias após iniciada a terapia, a pessoa já não transmite mais a doença. O tratamento deve ser feito por um período mínimo de 6 meses, diariamente e sem nenhuma interrupção e só termina quando o médico confirmar a cura total do paciente.
O bacilo é sensível à luz solar e a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes. Por essa razão, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. A etiqueta da tosse, que consiste em cobrir a boca com o antebraço ou lenço ao tossir, também é uma medida importante a ser considerada.
Tuberculose tem cura e a informação é a melhor maneira combater o estigma e a discriminação! O diagnóstico e o tratamento da doença estão disponíveis pelo SUS.
Fontes:
Ministério da Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
Ministério da Saúde. Saúde de A a Z