Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as instituições parceiras vão celebrar as conquistas dos países que estão se aproximando – e alcançando – a meta de eliminação da malária. Eles oferecem inspiração para todas as nações que estão trabalhando para erradicar essa doença mortal e melhorar a saúde e a subsistência de suas populações.
Apesar dos desafios impostos pela pandemia de COVID-19, vários países relataram nenhum caso de malária indígena em 2020, enquanto outros fizeram um progresso impressionante em sua jornada para se tornarem livres da doença.
A malária é uma doença curável e evitável, potencialmente fatal, causada por parasitas que são transmitidos às pessoas através da picada de fêmeas do mosquito Anopheles infectadas. Existem 5 espécies de parasitas que causam malária em humanos e 2 dessas espécies – Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax – representam a maior ameaça.
Transmissão:
O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra, sadia, como o compartilhamento de seringas (usuários de drogas), transfusão de sangue ou até mesmo da mãe para feto, na gravidez.
Sintomas:
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), aumento do baço e, por vezes, delírios.
No caso de infecção por Plasmodium falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.
Tratamento:
O tratamento da malária depende de alguns fatores, como, a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; gravidade da doença.
Em geral, após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.
Prevenção:
– Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de repelentes.
– Medidas de prevenção coletiva: drenagem, obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoria da moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.
Panorama mundial da doença
Em 2019, quase metade da população mundial corria o risco de contrair malária. A maioria dos casos e mortes ocorrem na África Subsaariana. No entanto, as regiões da OMS do Sudeste Asiático, Mediterrâneo Oriental, Pacífico Ocidental e Américas também relatam um número significativo de casos e mortes.
Houve uma estimativa de 229 milhões de casos de malária em 2019, e o número estimado de mortes foi de 409 000. A Região Africana da OMS carrega uma parcela desproporcionalmente alta do fardo global da malária. Em 2019, a região era o lar de 94% dos casos e mortes por malária.
Crianças menores de 5 anos são o grupo mais vulnerável afetado pela malária; em 2019, eles foram responsáveis por cerca de dois terços de todas as mortes por malária em todo o mundo.
Panorama geral da doença no Brasil
Segundo dados do MS, em 2011, 99,7% dos casos de transmissão da doença se concentraram na Região Amazônica, considerada uma área endêmica no país. A maior parte dos casos notificados se concentra nos estados do Pará, Amazonas, Rondônia, Acre, Amapá e Roraima.
A transmissão nessa área está relacionada a fatores biológicos (presença de alta densidade de mosquitos vetores, agente etiológico e população suscetível); geográficos (altos índices de pluviosidade, amplitude da malha hídrica e a cobertura vegetal); ecológicos (desmatamentos, construção de hidroelétricas, estradas e de sistemas de irrigação, açudes); e sociais (presença de numerosos grupos populacionais, morando em habitações com ausência completa ou parcial de paredes laterais e trabalhando próximo ou dentro das matas).
Fontes:
Fundação Oswaldo Cruz
Ministério da Saúde. Saúde de A a Z
RBM Partnership to End Malaria
World Health Organization