Comunidade Segura, livre de queimaduras é o tema com que a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) pretende levar a todo país informações pertinentes à prevenção de acidentes com queimaduras.
Em 2022, a SBQ decidiu ampliar a discussão trazendo à tona os cuidados a serem tomados em situações rotineiras e cotidianas, como cozinhar, acender uma churrasqueira, utilizar álcool na limpeza doméstica, passar roupas, entre outras. A proposta é ir além de mostrar o risco de determinadas atitudes que podem provocar acidentes com queimaduras. O objetivo é mostrar a forma segura de fazer coisas inevitáveis em tarefas do dia a dia.
Apesar de serem lembradas principalmente na época junina, as queimaduras costumam acontecer durante todo o ano. Acidentes envolvendo queimados acometem 1 milhão de pessoas, anualmente, no mundo inteiro. No Brasil, são cerca de 150 mil internações por ano e as crianças representam 30% desse número. Ainda, dados da SBQ apontam que a maioria dos acidentes acontece no ambiente doméstico (70%).
Queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano, determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas, como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos. As queimaduras são classificadas de acordo com a sua profundidade e tamanho, sendo geralmente mensuradas pelo percentual da superfície corporal acometida.
Classificação das queimaduras:
1º grau: também chamada de queimadura superficial, são aquelas que envolvem apenas a epiderme, a camada mais superficial da pele. Os sintomas são intensa dor e vermelhidão local, mas com palidez na pele quando se toca. A lesão da queimadura de 1º grau é seca e não produz bolhas. Geralmente melhoram no intervalo de 3 a 6 dias, podendo descamar e não deixam sequelas.
2º grau: atualmente é dividida em 2º grau superficial e 2º grau profundo. De 2º grau superficial é aquela que envolve a epiderme e a porção mais superficial da derme. Os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º grau, incluindo ainda o aparecimento de bolhas e uma aparência úmida da lesão. A cura é mais demorada podendo levar até 3 semanas, não costuma deixar cicatriz, mas o local da lesão pode ser mais claro.
As queimaduras de 2º grau profundas são aquelas que acometem toda a derme, sendo semelhantes às queimaduras de 3º grau. Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as queimaduras mais superficiais. As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos. A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixas cicatrizes.
3º grau: queimaduras profundas que acometem toda a derme e atinge tecidos subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos, podendo inclusive atingir músculos e estruturas ósseas. São lesões esbranquiçadas, acinzentadas, secas, indolores e deformantes, que não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxertos.
A prevenção de queimaduras envolve medidas como não deixar os cabos de panelas voltados para fora do fogão, manter os produtos de limpeza fora do alcance de crianças, utilizar protetores de tomadas, não deixar fios elétricos expostos e ao alcance das mãos, não sobrecarregar tomadas com vários equipamentos elétricos ao mesmo tempo, dentre outras, podem evitar acidentes com esse tipo de lesão.
A data comemorativa, instituída pela Lei nº 12.026/2009, tem o objetivo de informar sobre a necessidade de que sejam tomados os devidos cuidados ao lidar com agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos, principais causas das queimaduras.
Fontes:
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará
Secretaria da Saúde do Estado da Bahia
Sociedade Brasileira de Queimaduras