O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais é uma oportunidade para intensificar os esforços nacionais e internacionais contra a hepatite, incentivar ações e engajar indivíduos, parceiros, público e destacar a necessidade de uma resposta global maior para a doença.
A baixa cobertura de testes e de tratamento é a lacuna mais importante a ser abordada para atingir as metas globais de eliminação das hepatites até 2030.
Comemora-se o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais em 28 de julho para homenagear o cientista Dr. Baruch Blumberg, nascido nessa data. Ganhador do Prêmio Nobel, descobriu o vírus da hepatite B, desenvolveu um teste de diagnóstico e a vacina para esse tipo de hepatite.
O tema da campanha de 2022: “Levando o cuidado para mais perto de você” pretende chamar a atenção para a necessidade de simplificar a prestação de serviços, expandindo a testagem e o tratamento das hepatites.
No contexto atual de um mundo sobrecarregado pela pandemia de COVID-19 e novas ameaças globais de hepatite aguda e outras doenças, é preciso aprender rapidamente as lições e personalizar as respostas.
A prestação de serviços de saúde mais simplificados e integrados aos já existentes deve ser fortalecida, incluindo um maior compromisso com a tripla eliminação da transmissão vertical do HIV, hepatite B e sífilis.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para que as hepatites sejam eliminadas é necessário ampliar 5 intervenções-chave:
– Vacinação infantil contra hepatite B;
– Prevenção da transmissão do vírus da hepatite B da mãe para o filho;
– Segurança de injeções e sangue;
– Redução de danos;
– Testes e diagnóstico, tratamento e cuidados.
A OMS recomenda ainda aos países, que atinjam metas específicas, como:
– Redução de novas infecções de hepatite B e C em 90%;
– Redução das mortes relacionadas à hepatite por cirrose hepática e câncer em 65%;
– Garantia de que pelo menos 90% das pessoas com vírus da hepatite B e C sejam diagnosticadas;
– Pelo menos 80% dos elegíveis recebem tratamento adequado.
Dados da Região das Américas:
– A cada ano ocorrem 10.000 novas infecções pelo vírus da hepatite B e 23.000 mortes; 67.000 novas infecções pelo vírus da hepatite C e 84.000 mortes;
– apenas 18% das pessoas com hepatite B tem a infecção diagnosticada e destes, apenas 3% recebem tratamento;
– apenas 22% das pessoas com hepatite C crônica são diagnosticadas com a infecção e destes, apenas 18% recebem tratamento.
As hepatites virais são um grave problema de saúde pública, também no Brasil. Trata-se de uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves.
Na maioria das vezes são infecções silenciosas, que não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
No país, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte) e o vírus da hepatite E – menos comum aqui, é encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.
As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. Contudo, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas desconhecem ter a infecção. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado, sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante do órgão.
O impacto dessas infecções acarreta aproximadamente 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada à do HIV e a da tuberculose.
Atualmente, existem testes rápidos para a detecção da infecção pelos vírus B ou C, disponíveis no SUS para a população. Todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite. Populações mais vulneráveis precisam ser testadas periodicamente.
Além disso, ainda que a hepatite B não tenha cura, a vacina contra essa infecção é ofertada de maneira universal e gratuita nas Unidades Básicas de Saúde. Já para a hepatite C não há uma vacina que confira proteção. Contudo, existem medicamentos que permitem sua cura.
Saiba mais sobre formas de prevenção, transmissão, diagnóstico e tratamento para cada tipo de hepatite viral:
Fontes:
Ministério da Saúde
Organização Pan-americana da Saúde (OPAS)
World Health Organization