SAÚDE DA MULHER


PRISÕES; PRISIONEIROS; BRASIL; EPIDEMIOLOGIA

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LEAL, Marto et al. Saúde de mulheres privadas de liberdade no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, [online], v. 27, n. 12, p. 4521-4529, dez. 2022. Disponível em Scielo

A maioria das mulheres nas prisões vem das camadas mais pobres da sociedade, com acesso limitado a educação, renda e serviços de saúde. Isso contribui para o fato de que presidiárias têm maior carga de eventos adversos à saúde do que presidiários do sexo masculino e mulheres da população em geral. Objetivamos estimar a prevalência de diferentes morbidades e fatores de risco entre presidiárias no Brasil. Um total de 1.327 mulheres foram recrutadas neste estudo transversal. Os dados foram coletados por meio de um questionário de auto entrevista com áudio assistido por computador, testes rápidos de anticorpos e exame físico. As maiores prevalências foram de sífilis, infecções sexualmente transmissíveis, hipertensão arterial, asma, transtornos mentais comuns e violência física grave. Em relação aos fatores de risco, 36,3% têm bom conhecimento sobre o HIV, 55,8% são fumantes, 72,3% já usaram alguma droga ilícita, 92,1% são sedentários e 92,1% mantêm alimentação não saudável. As presidiárias são desproporcionalmente afetadas por várias condições adversas de saúde. É necessário um sistema de vigilância eficaz dentro das prisões para o diagnóstico e tratamento precoce.