O Dia Mundial da Meningite objetiva aumentar a conscientização sobre a doença, um grande problema de saúde pública global, que tem até 5 milhões de casos a cada ano, incluindo epidemias de novas cepas que se espalham entre países e em todo o mundo.
Em novembro de 2020, a 73ª Assembleia Mundial da Saúde aprovou a primeira resolução sobre prevenção e controle da meningite e um roteiro global para derrotar a doença até 2030, o Defeating Meningitis by 2030.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apoia os esforços para derrotar a meningite à luz desta nova estratégia global que visa eliminar epidemias de meningite bacteriana e reduzir mortes e incapacidades dela decorrentes.
A doença pode matar em questão de horas ou causar incapacidade permanente. Por meio da vacinação contra meningococo, pneumococo e Haemophilus influenzae tipo b, causas mais comuns de meningite, e de novas vacinas a serem desenvolvidas, mais vidas serão salvas na próxima década.
Até 2030, os países se comprometem:
– com a eliminação de epidemias de meningite bacteriana;
– com a redução do número de casos de meningite bacteriana evitável por vacina em 50% e de mortes em 70%;
– com a redução das deficiências e com a melhoria da qualidade de vida dos sobreviventes da doença.
Meningite é uma infecção que se instala, principalmente, quando uma bactéria ou vírus, por alguma razão, consegue vencer as defesas do organismo e ataca as meninges, três membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.
Transmissão:
Pode ser transmitida pelo doente ou portador através da fala, tosse, espirros e beijos, passando da garganta de uma pessoa para outra. Nem todos que adquirem o meningococo ficam doentes, pois o organismo se defende com os anticorpos que cria através do contato com essas mesmas bactérias, adquirindo portanto, resistência à doença. As crianças de 6 meses a 1 ano são as mais vulneráveis ao meningococo porque, geralmente, ainda não desenvolveram anticorpos para combatê-la.
Sintomas:
Nas meningites virais o quadro é mais leve. Os sintomas se assemelham aos das gripes e resfriados. A doença acomete, principalmente, as crianças, que têm febre, dor de cabeça, um pouco de rigidez da nuca, inapetência e irritação. Uma vez que os exames tenham comprovado tratar-se de meningite viral, a conduta é esperar que o caso se resolva sozinho, como acontece com outras viroses.
As meningites bacterianas são mais graves e devem ser tratadas imediatamente. Os principais agentes causadores da doença são as bactérias meningococos, pneumococos e hemófilos, transmitidas pelas vias respiratórias ou associadas a quadros infecciosos de ouvido, por exemplo.
Em pouco tempo, os sintomas aparecem: febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Esse é um sinal de que a infecção está se alastrando rapidamente pelo sangue e o risco de sepse aumenta muito. Nos bebês, a moleira fica elevada.
Tratamento:
Assim como para outras enfermidades causadas por vírus, não existe tratamento específico para as meningites virais. Os medicamentos para combater febre e dor são úteis para aliviar os sintomas.
Meningites bacterianas são tratadas com antibióticos aplicados por via endovenosa (diretamente na veia do paciente) e sua administração deve começar o mais rápido possível para evitar complicações e sequelas.
Meningites causadas por fungos ou pelo bacilo da tuberculose exigem tratamento prolongado à base de antibióticos e quimioterápicos por via oral ou endovenosa.
Prevenção:
– evitar locais com aglomeração de pessoas;
– deixar os ambientes ventilados, se possível ensolarados, principalmente, salas de aula, locais de trabalho e transporte coletivo;
– não compartilhar objetos de uso pessoal;
– reforçar os hábitos de higiene, lavando as mãos com frequência, especialmente antes das refeições;
– manter a vacinação em dia.
A rede pública de saúde oferece, gratuitamente, as vacinas contra as formas mais graves de meningite:
Meningite tipo C (a proteção está contida na vacina Meningo C):
– para crianças (1ª dose aos 3 meses; 2ª dose aos 5 meses; e reforço entre 12 meses e 4 anos 11 meses e 29 dias);
– para adolescentes entre 12 e 13 anos – 1 dose.
Meningite por pneumococo (a proteção está contida na vacina Pneumo 10):
– para crianças (1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; e reforço entre 12 meses e 4 anos 11 meses e 29 dias).
Meningite por Haemophilus influenzae (a proteção está contida na vacina Pentavalente):
– para crianças (1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; e 3ª dose aos 6 meses).
Meningite tuberculosa (a vacina BCG protege contra a meningite tuberculosa):
– para crianças, ao nascer.
Recomendação:
Alguns sintomas da meningite podem ser confundidos com os de outras infecções por vírus e bactérias. Não fique na dúvida: criança chorosa, inapetente e prostrada, que se queixa de dor de cabeça, precisa ser levada, o mais depressa possível, para avaliação médica de urgência. Os efeitos tardios da meningite podem ter um impacto permanente na vida do paciente, provocando:
– danos aos órgãos;
– perda da audição:
– lesão cerebral;
– dificuldade de aprendizagem;
– perda de membros.
Fontes:
Confederation of Meningitis Organizations
Dr. Dráuzio Varella
Ministério da Saúde. Saúde de A a Z
Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul
World Health Organization