Amidalite ou amigdalite


 

Amidalite ou amigdalite é uma doença infecciosa que atinge as amídalas (ou amígdalas) – dois órgãos que ficam no fundo da garganta e fazem parte do sistema de defesa do organismo, funcionando como a primeira barreira contra micro-organismos que nos invadem pela boca.

A amidalite pode ser causada por vírus (mais frequentes nas crianças), por bactérias (atinge mais os jovens e os adultos) ou pela associação dos dois agentes.

Geralmente, é transmitida por gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou beijar. Também pode ser provocada quando se compartilha objetos pessoais como copos, xícaras, escovas de dentes, garrafas de água, garfos, colheres etc. com outras pessoas, especialmente se estiverem doentes.

Problemas como o refluxo gastroesofágico (retorno do líquido do estômago para a garganta) podem desempenhar papel importante no surgimento de episódios de laringite, faringite, amidalite ou rinossinusite, pois o líquido que volta para a garganta contém fatores que irritam e mudam a acidez na área desses órgãos, facilitando a proliferação de micro-organismos que levam às inflamações.

Os sintomas mais comuns são:

– Febre;
– Dor de garganta;
– Falta de apetite;
– Mau hálito;
– Dificuldade para engolir;
– Algumas pessoas podem sentir dor de ouvido;
– Às vezes, inchaço dos gânglios do pescoço e da mandíbula.

Na amidalite bacteriana podem aparecer, também, pontos de pus amarelado nas amídalas e pode haver uma camada amarelada na língua.

Geralmente, as amidalites não são graves. A maioria é provocada por vírus e desaparece espontaneamente. Porém, procure um médico se:

– Os sintomas durarem mais de 4 dias sem sinal de melhora;
– Houver dificuldade para respirar;
– A dor e a dificuldade de engolir impedirem de comer ou beber.

Tratamento:

Para tratar, é preciso saber se a amidalite é causada por vírus ou por bactérias. Nas amidalites por vírus, a infecção atinge a região das amídalas e faringe e deve ser tratada com analgésicos e anti-inflamatórios simples.

Já nas amidalites bacterianas, que provocam grande inflamação nas amídalas associada ao aparecimento de placas de pus na região, é necessário o uso de antibióticos específicos. Nesses casos, é importante maior rigor no tratamento, pois suspender a medicação assim que desaparecem os sintomas, sem completar o período prescrito pelo médico, pode provocar complicações graves.

Caso as bactérias não sejam totalmente eliminadas, elas podem permanecer ativas no organismo e migrar para outros tecidos, causando problemas distantes da garganta, como febre reumática e inflamação dos rins.

Se a amidalite for crônica, outras causas devem ser pesquisadas para descobrir a razão da inflamação e buscar o tratamento adequado. A retirada das amídalas por cirurgia só é indicada em casos específicos que não melhoram com tratamento e se repetem várias vezes ao ano.

Mesmo com a retirada das amídalas é possível ter dor de garganta porque a cirurgia não vai impedir que ocorram laringites ou faringites – essas são inclusive causa mais frequente de dor de garganta.

Prevenção e recomendações para evitar amidalite:

– Lavar as mãos frequentemente;
– Não beijar ninguém nos lábios se estiver com um resfriado ou dor de garganta;
– Consultar o médico se tiver dor de garganta, febre ou glândulas inchadas;
– Procurar ficar longe do cigarro. Fumantes ativos e passivos estão mais propensos a infecções das amídalas;
– Evitar ambientes com ar-condicionado, que resseca as mucosas e diminui a resistência das amídalas;
– Em amidalites de repetição é importante afastar a hipótese de refluxo gastroesofágico;
– Preferir bebidas mornas, sopas e alimentos macios, uma vez que são mais tolerados durante as crises;
– Tomar muito líquido para hidratar as mucosas;
– Quando se tratar de amidalite bacteriana, não deixar de tomar os remédios prescritos pelo médico só porque os sintomas desapareceram. O medicamento deve ser tomado pelo período determinado para evitar complicações da doença;
– Não se automedicar. Medicamentos usados sem indicação podem favorecer o desenvolvimento de bactérias resistentes.

 

IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.

Dica elaborada em julho de 2022.

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Dr. Dráuzio Varella: entrevista
Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp
Jornal da USP