A OMS celebra o Dia Mundial da Malária, todos os anos, em 25 de abril com o objetivo de destacar a energia coletiva e o compromisso da comunidade global em se unir em torno do objetivo comum de um mundo livre da malária.
Sob o tema “Aproveitar a inovação para reduzir o fardo da malária e salvar vidas”, a data deste ano chama a atenção para o papel crítico que a inovação desempenha para ajudar a alcançar as metas globais de eliminação.
Hoje, não há disponível uma ferramenta única para resolver o problema da malária. Novas ferramentas inovadoras são vitais para que o mundo alcance as metas para eliminar a doença, incluindo novas intervenções de controle de vetores e inseticidas, aprimoramento de diagnósticos e medicamentos mais eficazes, entre outras.
A campanha global precisa de ações, como:
Intensificar a inovação na luta contra a malária.
Expandir o acesso às ferramentas de controle já disponíveis.
Expandir o uso da primeira vacina contra a malária, a RTS,S.
Garantir sistemas de saúde resilientes e equitativos.
Adaptar as soluções ao ambiente local.
Melhorar os sistemas de vigilância.
Fatos importantes:
Em 2020, havia cerca de 241 milhões de casos de malária em todo o mundo e o número estimado de mortes foi de 627.000.
A Região Africana da OMS é responsável por uma parte desproporcionalmente elevada do fardo global da doença, abrigando 95% dos casos de malária e 96% das mortes por ela provocadas. Cerca de 80% de todos os óbitos por malária na Região, foram de crianças menores de 5 anos.
Transmissão:
O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra, sadia, como o compartilhamento de seringas (usuários de drogas), transfusão de sangue ou até mesmo da mãe para feto, na gravidez.
No Brasil existem três espécies de Plasmodium que afetam o ser humano: P. falciparum, P. vivax e P. malariae. O mais agressivo é o P. falciparum, que se multiplica rapidamente na corrente sanguínea, destruindo de 2% a 25% do total de hemácias (glóbulos vermelhos), provocando um quadro de anemia grave.
Sintomas:
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), aumento do baço e, por vezes, delírios.
No caso de infecção por Plasmodium falciparum, também existe uma chance em 10 de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.
Tratamento:
Em geral, após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.
A malária provocada pelo P. falciparum é considerada uma emergência médica e o seu tratamento deve ser iniciado nas primeiras 24h do início da febre.
O tratamento indicado depende de fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; gravidade da doença.
Prevenção:
– Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de repelentes.
– Medidas de prevenção coletiva: drenagem, obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoria da moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.
Alguns dados sobre a malária no Brasil
A região Amazônica brasileira é considerada a área endêmica do país para malária com 99% dos casos autóctones, compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.
Nas áreas fora da região amazônica mais de 80% dos casos registrados são importados dos estados pertencentes à área endêmica, outros países amazônicos, como os do continente africano, mas existe transmissão residual de malária em estados da região extra-Amazônica, principalmente em áreas de Mata Atlântica (SP, MG, RJ e ES).
O número de óbitos por malária no Brasil tende a uma constante redução desde 2005, com exceção dos anos de 2009, 2018 e 2020 que apresentaram aumento. Em 2021, de acordo com dados preliminares, foram registrados 31 óbitos por malária no Brasil e 36.297 casos autóctones, representando uma redução de 4,9%. 16,9% (23.045) foram de malária por P. falciparum e malária mista, sendo os outros 83,1% de malária por P. vivax e outras espécies.
Fontes:
Fundação Oswaldo Cruz
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde (OMS)