Idade gestacional: pesquisa mostra como cada dia na barriga impacta no desenvolvimento do bebê


O Brasil possui um dos maiores números de partos antecipados por conta de cesarianas previamente marcadas e induções, resultando no encurtamento da gestação. Essa prática traz consequências negativas tanto para o bebê quanto para a mãe, seja no curto, médio ou longo prazos. Com esse cenário em mente, um grupo de pesquisa coordenado por Simone Diniz, professora da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, criou uma nova medida para examinar os desfechos da saúde materno-infantil.

A partir do estudo Dias potenciais de gravidez perdidos (DPGP): uma medida inovadora da idade gestacional (IG) para avaliar intervenções e resultados de saúde materno-infantil, os pesquisadores fundamentam o entendimento de que cada dia de gestação, inferior a 40 semanas (ou 280 dias) completas, impacta negativamente na saúde dos bebês.

“O encurtamento do tempo de gestação traz maiores complicações e, inclusive, mais chances de morte. No curto prazo, podemos ter eventos como o maior número de neonatos internados em UTIs, icterícia, alterações da glicemia e dificuldades na amamentação. No longo prazo, temos maior impacto no desenvolvimento cognitivo, quadros de déficit de atenção e maiores fatores de risco para diversas doenças crônicas que poderão surgir ao longo da vida”, conta a professora.


Fonte
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Fabiana Mariz. Jornal da USP (Universidade de São Paulo)