O Dia Mundial da Obesidade é um dia unificado de ação para exigir uma resposta coesa e intersetorial à crise da obesidade. Acontece no dia 4 de março e é convocado pela Federação Mundial de Obesidade em colaboração com seus membros globais.
Os Dias Mundiais anteriores incentivaram as pessoas a reconhecer suas causas profundas, aumentar o conhecimento sobre a doença, combater o estigma do peso, colocar em primeiro plano as vozes das pessoas com experiência vivida e agir para melhorar a compreensão, a prevenção e o tratamento da obesidade no mundo.
A obesidade está aumentando globalmente e os esforços para lidar com ela são desafiadores devido a equívocos sobre o tema e o papel que desempenha na saúde de uma pessoa.
O tema da campanha deste ano é ‘Mudando Perspectivas: Vamos Falar Sobre Obesidade’ e pretende aproveitar o poder do diálogo e das histórias para que, juntos, seja possível corrigir equívocos e tomar medidas coletivas eficazes. Quando todos conversam, debatem e compartilham, é possível mudar as normas e transformar os resultados de saúde para todos.
A missão do Dia Mundial da Obesidade:
– Aumentar a conscientização: A obesidade é uma doença e exige melhorias na compreensão de suas causas profundas e nas ações necessárias para resolvê-las.
– Incentivar o apoio: Mudar a forma como a obesidade é abordada na sociedade incentivará as pessoas a se tornarem apoiadoras da causa para que se motivem e exijam mudanças.
– Melhorar as políticas: Ao criar um ambiente saudável que priorize a obesidade como problema de saúde, se estará trabalhando para mudar a política que construirá sistemas de suporte corretos para o futuro.
– Compartilhar experiências: Pessoas unidas e mais fortes poderão criar plataformas para compartilhar experiências, inspirando uma comunidade global para trabalhar em prol de um objetivo comum.
Alguns dados:
– 1.9 bilhões: é o número de pessoas em todo o mundo que viverão com obesidade em 2035.
– $ 4,32 trilhões: é o impacto econômico global estimado do sobrepeso e da obesidade em 2035.
– 100%: é o quanto a obesidade infantil deverá aumentar entre 2020 e 2035.
– 1 em 4: espera-se que 1 em cada 4 de nós viva com obesidade até 2035.
No Brasil, dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, do Ministério da Saúde, mostram que a doença tem alcançado os maiores índices dos últimos 13 anos, saindo de 11,8% da população em 2006 para 19,8% em 2018.
Esse crescimento e a maior prevalência da doença são alarmantes, já que a condição traz importantes consequências para a saúde, entre elas maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como doenças cardíacas, diabetes, alguns tipos de câncer, além de estar associada a maiores índices de mortalidade.
Pela definição da Organização Mundial da Saúde, obesidade é o excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com sobrepeso e já podem ter alguns prejuízos advindos do excesso de gordura.
Para haver um impacto real na prevenção e no controle da obesidade, é preciso abordar suas diversas e profundas raízes:
– Biologia: O corpo humano tem mecanismos incorporados para se proteger da fome – isto pode tornar a manutenção da perda de peso difícil.
– Alimentação: Os alimentos ultraprocessados, agora disponíveis em todo o mundo, estão contribuindo para o rápido aumento da obesidade.
– Risco genético: Os nossos genes representam entre 40-70% da probabilidade de desenvolver obesidade.
– Acesso aos cuidados de saúde: Sem acesso a profissionais de saúde treinados, a maioria das pessoas que vivem com obesidade não alcançará e manterá uma meta de peso saudável a longo prazo.
– Eventos da vida: Vida pré-natal, início da idade adulta, gravidez, doenças e medicamentos podem influenciar o ganho de peso.
– Marketing: Existe uma relação complexa entre os sistemas alimentares e a saúde, sendo que a comercialização de alimentos tem uma ligação estabelecida com a obesidade.
– Saúde mental: Os sintomas de alguns distúrbios de saúde mental, e os medicamentos associados, podem contribuir para o aumento de peso.
– Sono: A falta de sono perturba os hormônios que podem afetar o peso – tal como os elevados níveis de estresse.
– Estigma: A discriminação e o estigma do peso podem ter consequências significativas para alguém com obesidade.
Sintomas:
Existe uma tendência da população em geral, e até de alguns profissionais de saúde, de considerar uma pessoa obesa quando ela já tem um quadro mais grave, daí a importância de monitorar o IMC. A obesidade apresenta inúmeras complicações, e, de acordo com a tendência individual, ela pode desencadear, por exemplo, artrose, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico, apneia do sono e alguns tipos de câncer. A obesidade leva as pessoas a viverem menos e com pior qualidade de vida.
Tratamento:
O tratamento básico da obesidade apoia-se na modificação do comportamento alimentar e no incremento da atividade física. Por esse motivo existe uma preocupação crescente no âmbito da prevenção, trabalhando os hábitos saudáveis de vida desde a infância e a necessidade da intervenção multidisciplinar, pois é considerada uma doença crônica, sem cura e que tende a recorrer após a perda de peso.
O sucesso depende de constante vigilância, devendo ser tratada por toda a vida, pois não existe terapia farmacológica de longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida – pessoas com obesidade precisam do acompanhamento e do apoio dos profissionais de saúde.
Após recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), o Ministério da Saúde publicou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Sobrepeso e Obesidade em Adultos.
Fontes:
Hospital Sírio Libanês
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – regional São Paulo
The European Association for the Study of Obesity
World Obesisty Day