Convocado pela Federação Mundial da Obesidade, em colaboração com os seus membros globais, o Dia Mundial da Obesidade foi criado em 2015 e reúne profissionais da saúde, gestores, imprensa e outros grupos de interesse para estimular ações práticas que ajudem as pessoas a alcançarem o peso saudável, reduzindo a obesidade no mundo.
A obesidade é uma interação complexa de diferentes fatores, para diferentes pessoas, em diferentes países e culturas. Uma estratégia universal nunca será a solução e, por isso, a celebração da data, em 2024, pretende abrir um debate mais amplo.
O tema da campanha deste ano: “Vamos falar sobre obesidade & …” pretende chamar a atenção para a importância de abordagens transversais como forma de combater o problema, em conjunto, levando em consideração fatores como saúde, juventude e o mundo que nos rodeia, encarando a obesidade a partir de uma perspectiva diferente.
Nesse contexto, a data chama a atenção para três pontos fundamentais:
Obesidade e saúde:
É importante não só reconhecer que a obesidade é uma doença em si, mas também considerar os fatores de risco e outras enfermidades a ela associadas, pois, muitas vezes existe uma ligação subestimada com outros problemas de saúde, especialmente saúde mental. É preciso reformular a narrativa para reduzir o estigma e a culpa, comumente relacionados ao transtorno, e garantir que as pessoas que vivem com obesidade sejam apoiadas.
Obesidade e juventude:
Os jovens não são a causa de ambientes insalubres e insustentáveis, mas são frequentemente os mais afetados. É preciso ouvi-los, saber suas perspectivas e quais são, na sua opinião, as questões principais, de modo a criar ambientes que reduzam doenças como a obesidade, reduzam a poluição atmosférica e estabilizem o clima.
Obesidade e o mundo atual:
A saúde é moldada pelo mundo que nos rodeia e um ambiente saudável é constituído por uma série de fatores: a estabilidade do clima, o ar, os alimentos disponíveis para consumo e a forma como são comercializados. Para abordar a obesidade em nível mundial, é necessário criar ambientes saudáveis e sustentáveis onde as pessoas possam viver vidas mais longas e com saúde.
Pela definição da Organização Mundial da Saúde, obesidade é o excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com sobrepeso e já podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura, pois pode ser porta de entrada para outros problemas, como é o caso da diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral, bem como vários tipos de câncer.
Mais de 60% dos adultos nas Américas têm sobrepeso ou obesidade. Para enfrentar esse problema crescente, a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) recomenda a adoção de medidas comprovadas, tais como, etiquetas de advertência na frente das embalagens, restrições à comercialização de produtos processados e ultraprocessados com alto teor de gordura, açúcar e sal e impostos sobre alimentos e bebidas não saudáveis.
Outras ações incluem a proteção, a promoção e o apoio ao aleitamento materno, que reduz em 13% o risco de sobrepeso e obesidade nas crianças; a melhoria da nutrição e a promoção da atividade física para escolares e pré-escolares.
Para Fabio da Silva Gomes, Assessor Regional de Nutrição e Atividade Física da OPAS, “as doenças não transmissíveis são as que mais matam nas Américas, respondendo por 80% de todas as mortes na região, um terço das quais são evitáveis. Interromper o aumento da obesidade é essencial para combater a crescente carga de doenças não transmissíveis e melhorar a saúde e o bem-estar de todos nas Américas, incluindo a próxima geração”, acrescentou.
O Atlas Mundial da Obesidade, publicado em 2023 pela World Obesity Federation, é um estudo global que prevê que mais da metade da população do mundo viverá com sobrepeso e obesidade dentro de 12 anos, se a prevenção, o tratamento e o suporte não melhorarem. O documento alerta sobre os números e detalha o impacto econômico, mencionando valores que chegam a US$ 4,32 trilhões anualmente até 2035, se não houver melhoria nas medidas de prevenção e tratamento. Com quase 3% do PIB global, isso é comparável ao impacto do Covid-19 em 2020.
O Painel Brasileiro da Obesidade (PBO) e a World Obesity Federation (WOF) realizam o evento online “World Obesity Day 2024”, um marco para a mobilização de organizações, gestores e profissionais de saúde em prol da prevenção e do manejo da obesidade. No evento, o PBO tem a honra de anunciar o lançamento do “Atlas Mundial da Obesidade 2024” em sua versão traduzida para o português.
O documento apresenta um ranking de 183 países, revelando o nível de preparo de cada nação para cuidar da obesidade e de condições crônicas não transmissíveis. Esta avaliação considera tanto a eficácia dos sistemas de saúde pública quanto a implementação de políticas públicas preventivas.
O lançamento da versão em português do Atlas Mundial da Obesidade 2024 ocorre dia 04 de março de 2024, das 10:00 às 12:00, e as inscrições podem ser feitas aqui!
Fontes:
Forum Intersetorial de Condições Crônicas não Transmissíveis (CCNTs)
Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)
Painel Brasileiro de Obesidade
Rádio Senado
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
World Obesity Day