As doenças negligenciadas são um grupo de doenças tropicais endêmicas, encontradas especialmente entre as populações pobres da África, Ásia e América Latina. Juntas, causam entre 500 mil e 1 milhão de óbitos anualmente.
30 de janeiro, data escolhida para lembrar essas enfermidades, é o aniversário da histórica Declaração de Londres, de 2012, que unificou parceiros entre setores, países e comunidades para pressionar por mais investimentos e ações em Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs).
Essas doenças ameaçam mais de 1,7 bilhão de pessoas que vivem nas comunidades mais pobres e marginalizadas do mundo. São agravos que cegam, incapacitam e desfiguram as pessoas, tirando não apenas sua saúde, mas também suas chances de permanecer na escola, de ganhar a vida ou mesmo de ser aceito por sua família ou comunidade.
Causadas por agentes infecciosos ou parasitas e consideradas endêmicas, essas enfermidades também apresentam indicadores inaceitáveis e investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e em seu controle.
Doenças tropicais, como a malária, a doença de Chagas, a doença do sono (tripanossomíase humana africana, THA), a leishmaniose visceral (LV), a filariose linfática, a dengue e a esquistossomose continuam sendo algumas das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo.
No Dia Mundial das DTNs, a Organização Mundial da Saúde (OMS) convoca a todos, especialmente líderes e comunidades, a se unirem para enfrentar as desigualdades que caracterizam esses agravos.
A comemoração deste ano traz o tema “Alcançar a equidade em saúde para acabar com a negligência das doenças relacionadas à pobreza”, como um apelo para que se concentrem mais esforços no fortalecimento de intervenções que promovam serviços de saúde equitativos para todos.
A pandemia de Covid-19 interrompeu programas de controle de doenças, como administração em massa de medicamentos, pesquisas e busca ativa de casos. Essas atividades foram canceladas em sua maioria em 2020 e gradualmente retomadas em 2021.
A Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) divulgou algumas mensagens chave para a campanha na região das Américas:
– 2022 deve ser o ano para destacar essas doenças, o sofrimento que elas causam e para exigir cuidados abrangentes e universais para todos os afetados. É uma responsabilidade coletiva acabar com doenças que são totalmente evitáveis.
– Os países devem usar as inovações que surgiram antes e durante a pandemia para lidar com as interrupções e os atrasos na prestação de serviços de saúde.
– Incentivar a colaboração entre setores como saúde, educação, nutrição, por meio de ousados investimentos, ações e colaboração. Um novo roteiro de controle das DTNs da OMS concentra-se na integração de abordagens e no foco em agravos específicos.
– Envolver e apoiar agentes comunitários e voluntários para oferecer serviços de saúde eficazes.
– Envolver as comunidades pois, quando informadas e educadas, podem ajudar na prevenção, controle e eliminação de DTNs.
– Todos, em todos os lugares, devem ter as informações necessárias para prevenir e tratar DTNs, com acesso a serviços de saúde essenciais.
– O acesso a água limpa, manipulação sanitária de alimentos, boa higiene e riscos ambientais reduzidos podem evitar DTNs.
Fontes:
Agência Fiocruz de Notícias
Organização Pan-americana da Saúde
World Health Organization
World Neglected Tropical Diseases