“Saúde Pulmonar para Todos” é o tema do Dia Mundial do Pulmão deste ano. A campanha ocorre desde 2017 e é coordenada pelo Fórum das Sociedades Respiratórias Internacionais (FIRS).
Para as celebrações da data em 2022, o FIRS recomenda aos governos de todo o mundo que abordem as desigualdades globais na saúde respiratória.
A pandemia de COVID-19 diminuiu, mas seu impacto provocou uma crise global de saúde pulmonar que não desapareceu.
De acordo com a Presidente do FIRS, Heather Zar:
“A COVID destacou as desigualdades globais no acesso a estratégias eficazes para a saúde respiratória. Temos intervenções muito eficazes para prevenir e tratar doenças respiratórias, mas elas não estão disponíveis ou são inacessíveis em muitas partes do mundo. A redução da desigualdade requer uma abordagem integrada que incorpore iniciativas sociais, ambientais, econômicas e médicas. Temos intervenções eficazes – mas devemos usá-las de forma mais equitativa”.
As doenças respiratórias afetam as pessoas em todos os países, mas desproporcionalmente nos países de baixa e média renda (PBMRs), onde os recursos para pesquisa, prevenção e gestão são escassos. Para lidar com essa desigualdade, devemos olhar além da assistência médica para os determinantes sociais e ambientais da saúde, como o uso do tabaco, a poluição do ar, as mudanças climáticas e a pobreza.
Cinco doenças respiratórias são as causas mais comuns de adoecimento e morte em todo o mundo – doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, infecção aguda do trato respiratório ou pneumonia, tuberculose (TB) e câncer de pulmão.
O relatório Global Impact of Respiratory Disease mostra o imenso peso dessas doenças pulmonares:
– Estima-se que 200 milhões de pessoas tenham DPOC, das quais cerca de 3,2 milhões morrem a cada ano, tornando-se a terceira principal causa de morte em todo o mundo;
– A asma é uma das doenças não transmissíveis mais comuns em todo o mundo, afetando 262 milhões de pessoas;
– Com mais de 2,2 milhões de novos casos de câncer de pulmão em 2020 e 1,80 milhão de mortes, globalmente, o câncer de pulmão é responsável por 1 em cada 4 mortes por câncer;
– A infecção do trato respiratório inferior ou pneumonia é uma das principais causas de mortalidade, sendo responsável por mais de 2,4 milhões de mortes a cada ano, particularmente entre aqueles em países de baixa e média renda. A COVID-19 aumentou drasticamente as mortes por pneumonia em todo o mundo;
– Em crianças menores de 5 anos, a pneumonia é a principal causa isolada de morte fora do período neonatal;
– A tuberculose é um grande fardo e, de acordo com o relatório global anual da Organização Mundial da Saúde, as mortes por tuberculose aumentaram pela primeira vez em mais de uma década devido à pandemia de COVID.
O FIRS recomenda aos governos, profissionais de saúde e pesquisadores que se concentrem em três questões-chave para ajudar a reduzir as desigualdades na saúde respiratória:
– A carga global das principais doenças respiratórias e o impacto da COVID-19;
– A importância da detecção precoce e da triagem;
– A redução das desigualdades na triagem, diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças pulmonares.
Outros objetivos da campanha são:
– Aumentar o conhecimento sobre o impacto da má qualidade do ar na saúde pulmonar e as ações que podem ser tomadas para reduzi-la;
– Destacar os benefícios do abandono do hábito de fumar;
– Aumentar o conhecimento sobre a importância da atividade física para a saúde pulmonar;
– Aumentar a conscientização sobre a vacinação para prevenir infecções pulmonares.
Os pulmões nos conectam diretamente com o meio ambiente e tudo que está no ar nos afeta. Qualquer alteração sofrida pelos pulmões pode atrapalhar as células de outros órgãos.
A principal função dos pulmões é oxigenar o sangue e eliminar o dióxido de carbono, permitindo que o ar que respiramos entre em contato com o sangue que circula no corpo. Esse contato possibilita uma troca gasosa essencial para a vida e consiste, basicamente, na absorção do oxigênio pelo sangue a fim de, ligado à hemoglobina, seja transportado para todas as células do organismo, e na eliminação do gás carbônico, que as células produziram para gerar energia.
Para realizar essa troca, o pulmão é composto de uma membrana muito fina, a membrana alveolar, que separa aproximadamente 1 litro de sangue de 5 litros de ar. Se essa membrana fosse estendida como um tapete, atingiria o tamanho de uma quadra de tênis.
O cigarro e a poluição são os maiores responsáveis pelo aparecimento de doenças respiratórias que podem danificar os pulmões.
Fontes:
Asian Pacific Society of Respirology
Dr. Dráuzio Varella
Forum of International Respiratory Societies (FIRS)
Hospital Presidente
Hospital Sírio-Libanês
Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro
The International Union Against Tuberculosis and Lung Disease