“Todos precisam agir”: 04/3 – Dia Mundial da Obesidade


 

O Dia Mundial da Obesidade é organizado pela World Obesity Federation em colaboração com seus membros globais.

Este ano, a campanha está centrada na mensagem simples de que “Todos precisam agir” para melhorar a compreensão, a prevenção e o tratamento da obesidade no mundo.

Pessoas que vivem com obesidade carecem de apoio e enfrentam estigma no trabalho, em casa e no sistema de saúde. Para tornar a mudança uma realidade, é necessário haver ação nos níveis local, nacional e global.

As comemorações da data têm como objetivos:

– aumentar a conscientização de que a obesidade é uma doença e suas raízes precisam ser compreendidas para embasar seu enfrentamento;
– mudar a forma como a obesidade é abordada na sociedade;
– criar um ambiente saudável que priorize a obesidade como um problema de saúde pública;
– criar plataformas para compartilhar experiências, inspirar e unir a comunidade global para trabalhar em direção a uma meta comum.

 

A obesidade é uma doença crônica, progressiva, recidivante e uma epidemia global de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mais de um bilhão de adultos, em todo o mundo, está acima do peso — destes, 500 milhões são considerados obesos. São mais de 40 milhões de crianças, com idade até cinco anos, que estão acima do peso.

No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2019) apontam que, atualmente, 60,3% dos adultos apresentam excesso de peso, o equivalente a 96 milhões de pessoas. A maior prevalência é no público feminino, com 62,6%.

A obesidade é o excesso de gordura corporal em quantidade que determine prejuízos à saúde. A OMS define o diagnóstico pelo índice de massa corporal (IMC), que é calculado utilizando a altura e o peso do indivíduo (IMC = peso (kg) / altura (m)2).

Segundo a OMS, uma pessoa tem obesidade quando o IMC é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com sobrepeso, e já podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura.

As raízes da obesidade são profundas:

Dr. Mario Kehdi Carra, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP) explica que “é importante que todos saibam que ninguém tem obesidade porque quer ou escolhe ser obeso, pois não é uma questão de força de vontade, determinação ou caráter. A genética contribui com 70% para o desenvolvimento da obesidade, somando-se a outros fatores determinantes como alimentação e sedentarismo.”

O aumento no consumo de alimentos industrializados e o estresse são algumas das causas associadas e as pesquisas mostram que a obesidade vai além do comer muito e gastar pouca caloria:

– Fatores biológicos: o corpo humano tem mecanismos que o protegem da inanição e isso pode dificultar a manutenção da perda de peso;
– Alguns sintomas de transtornos mentais requerem o uso de medicamentos que podem provocar aumento de peso;
– Falta de acesso aos cuidados e serviços de saúde;
– Eventos da vida, como início da idade adulta, gravidez precoce, doenças e uso de determinados medicamentos;
– Perturbações do sono causadas por distúrbios hormonais.

Estudos já apontam a poluição e bactérias presentes no intestino como fatores que contribuem para o surgimento da doença.

Complicações:

A obesidade apresenta inúmeras complicações e, de acordo com a tendência individual, pode desencadear diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e alguns tipos de câncer, sem citar problemas psicológicos por causa do estigma. A obesidade leva as pessoas a viverem menos e com pior qualidade de vida.

Tratamento:

O tratamento inclui alimentação saudável, com diminuição da ingestão de calorias e aumento da atividade física, podendo-se associar ao uso de medicamentos. Em casos mais graves, pode ser indicado o tratamento cirúrgico.

 

Para a Campanha Pública de 2022, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) criaram algumas ações diferentes, entre elas, uma pesquisa de opinião direcionada ao público leigo.

O objetivo é identificar a percepção das pessoas sobre as causas da obesidade e a ocorrência de constrangimento por gordofobia. A participação da população nesta pesquisa dará aos especialistas e às Sociedades Médicas um melhor direcionamento para o tratamento e ações de combate à obesidade.

Para participar, acesse aqui o formulário. Em apenas 5 minutos você responde às perguntas, lembrando que as respostas são mantidas em sigilo.

Fontes:

Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional São Paulo
World Obesity Federation