Fecundidade e Intenções Reprodutivas das Mulheres
A taxa de fecundidade manteve sua tendência de queda, atingindo, em 2006, o valor de 1.8 filhos por mulher, em contraste com os 2.5 registrados em 1996. A maior redução ocorreu nas áreas rurais, de 3.4 para 2.0, e na região Norte, de 3.7 para 2.3 filhos por mulher. A escolaridade das mulheres continua sendo um diferencial importante: para aquelas sem instrução a taxa foi igual a 4, enquanto que ficou abaixo de 1.6 para mulheres com escolaridade mínima de 9 anos.
Acentua-se um rejuvenescimento do processo reprodutivo. A fecundidade das mulheres mais jovens (15 a 19 anos) passou a representar 23% da taxa total, em 2006, em contraste com 17%, em 1996, ao passo que a das acima de 35 anos que representavam 13%, contribuem agora com 11%.
Ao concluir o período reprodutivo, 13% das mulheres não tiveram filhos, valor superior aos 9% registrados em 1996. E o número médio final de filhos, em 2006, foi igual a 2.6, inferior aos 3.9 registrados em 1996.
Entre as jovens de 15 a 19 anos, 23% estavam grávidas no momento da pesquisa e 12% já estiveram grávidas, mas não tiveram filhos nascidos vivos.
Do total de nascimentos ocorridos nos últimos cinco anos, apenas 54% foram planejados para aquele momento. Entre os 46% restantes, 28% eram desejados para mais tarde e 18% não foram desejados. Na medida em que aumenta a idade da mulher ao nascimento do filho, cresce a proporção de não desejados, chegando a 40% para aquelas acima dos 35 anos.
O confronto entre as taxas de fecundidade observada e desejada (2.5 e 1.8, em 1996, e 1.8 e 1.6, em 2006) revela que as mulheres estão cada vez mais conseguindo alcançar suas intenções reprodutivas. Entretanto as defasagens entre desejo e realidade, ainda hoje, são mais acentuadas entre as mulheres menos escolarizadas, as negras e as que residem no Norte e no Nordeste.