A campanha do Dia Mundial da Segurança dos Alimentos foi criada por resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 2018.
Atualmente, no mundo, estima-se que uma em cada dez pessoas adoecem após consumir alimentos contaminados, e que 420 mil pessoas morrem a cada ano, sendo que crianças menores de 5 anos são as mais afetadas, com 125 mil mortes anuais.
Em um mundo em que a cadeia de suprimento de alimentos se tornou mais complexa, qualquer incidente adverso à segurança de alimentos pode ter efeitos negativos globais, um impacto negativo na saúde pública, no comércio e na economia. Todo mundo tem um papel a desempenhar, do campo à mesa, para garantir que os alimentos que consumimos sejam seguros e não causem danos à nossa saúde. Os alimentos inócuos são fundamentais para promoção de saúde e a erradicação da fome, dois dos 17 objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Este dia internacional é uma oportunidade para fortalecer os esforços para reduzir o risco de doenças transmitidas por alimentos e garantir que os alimentos que ingerimos sejam seguros.
Doenças transmitidas por alimentos (DTA) são aquelas causadas pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTA no mundo, sendo que a maioria delas são infecções causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e outros parasitas.
As doenças transmitidas por alimentos (DTA) são uma importante causa de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Em muitos países, durante as últimas duas décadas, têm emergido como um crescente problema econômico e de saúde pública. Numerosos surtos de DTA atraem atenção da mídia e aumentam o interesse dos consumidores. Há previsões de que o problema aumente no século 21, especialmente com as várias mudanças globais, incluindo crescimento da população, pobreza, exportação de alimentos e rações animais, que influenciam a segurança alimentar internacional.
A ocorrência de DTA relaciona-se com diversos fatores, como: condições de saneamento e qualidade da água para consumo humano impróprios; práticas inadequadas de higiene pessoal e consumo de alimentos contaminados.
No Brasil, a maioria das doenças transmitidas por alimentos são causadas por bactérias (principalmente por Salmonella, Escherichia coli e Staphylococcus). No entanto, há também surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA) causados por vírus (rotavírus e norovírus) e, em menor proporção, por substâncias químicas.
Os principais agentes causadores das doenças transmitidas por alimentos são:
– Salmonella;
– Escherichia coli;
– Staphylococcus aureus;
– Coliformes;
– Bacillus cereus;
– Rotavírus;
– Norovírus.
Sintomas mais comuns:
– náuseas;
– vômitos;
– dores abdominais;
– diarreia;
– falta de apetite;
– febre.
Tratamento:
O tratamento é baseado em medidas de suporte para evitar a desidratação e o óbito.
Os sintomas tendem a desaparecer em alguns dias e geralmente os antimicrobianos são indicados quando há comprometimento do estado geral, febre persistente (por mais de três dias), sangue nas fezes e desidratação grave. Em todos os casos, é importante monitorar o estado de hidratação e a duração dos sinais e sintomas, além de procurar o serviço de saúde para a indicação de terapêutica específica, de acordo com a suspeita clínica. Também é fundamental a reposição de líquidos, principalmente em crianças, idosos e imunodeprimidos que apresentam diarreia.
Prevenção:
A prevenção das doenças transmitidas por alimentos baseia-se no consumo de água e alimentos que atendam aos padrões de qualidade da legislação vigente, higiene pessoal/alimentar e condições adequadas de saneamento.
– lave as mãos regularmente: antes, durante e após a preparação dos alimentos; ao manusear objetos sujos; depois de tocar em animais; depois de ir ao banheiro ou após a troca de fraldas; antes da amamentação;
– selecione alimentos frescos com boa aparência e, antes do consumo, os mesmos devem ser lavados e desinfetados;
– ovos devem ser lavados em água potável, um por vez, somente antes do uso (nunca antes de estocar);
– lave e desinfete todas as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
– assegure-se de que os alimentos cozidos estejam mantidos sob a temperatura adequada antes do consumo (refrigerados ou aquecidos);
– alimentos perecíveis só podem permanecer em temperatura ambiente pelo tempo mínimo necessário para sua preparação;
– reaqueça bem os alimentos que tenham sido congelados ou refrigerados antes de consumi-los;
– compre alimentos seguros, verificando prazo de validade, acondicionamento e suas condições físicas (aparência, consistência, odor). Não compre alimentos sem etiqueta que identifique o produtor;
– pescados e mariscos de certas espécies, e em alguns países em particular, podem estar contaminados com toxinas que permanecem ativas, apesar de uma boa cocção. Solicite orientação aos moradores e produtores locais;
– consuma leite pasteurizado, esterilizado (UHT) ou fervido. Não beba leite nem seus derivados crus;
– sorvetes de procedência duvidosa são de risco. Evite-os;
– evite o consumo de alimentos crus, mal cozidos/assados (carnes e derivados);
– evite preparações culinárias que contêm ovos crus (Ex. gemada, ovo frito mole, maionese caseira);
– evite o contato entre alimentos crus e alimentos prontos para o consumo para impedir contaminação cruzada;
– evite ingerir alimentos comercializados em estabelecimentos não inspecionados;
– mantenha os alimentos fora do alcance de insetos, roedores e outros animais;
– evite se banhar em rios, lagos, mares e piscinas cuja água seja/esteja contaminada;
– beba água e/ou gelo apenas de procedência conhecida;
– quando estiver em dúvida quanto à potabilidade da água de beber, recomenda-se fervê-la ou tratá-la com solução de hipoclorito de sódio a 2,5 %. Coloque 2 gotas em 1 litro de água e aguarde por 30 minutos antes de consumir. Cuidado para não utilizar soluções comerciais com hipoclorito de sódio a 2,5% que também tenham alvejantes na composição.
Fontes: