Profissionais de saúde seguros, pacientes seguros! 17/9 – Dia Mundial da Segurança do Paciente


Este ano foi um dos mais desafiadores e reveladores para as questões de segurança nos sistemas de saúde: desde equipar e apoiar eficazmente os profissionais de saúde da linha de frente em seu trabalho heróico, até atender e tratar os pacientes de forma equitativa.

A pandemia de COVID-19 revelou os enormes desafios e riscos que profissionais de saúde estão enfrentando globalmente, incluindo infecções relacionadas à assistência à saúde, violência, estigma, transtornos psicológicos e emocionais, doenças e até mesmo a morte. Além disso, trabalhar em ambientes estressantes faz com que profissionais de saúde estejam mais sujeitos a cometer erros que podem causar danos ao paciente.

O tema da campanha 2020, “Segurança do profissional de saúde: uma prioridade para a segurança do paciente”, objetiva chamar a atenção de pacientes, profissionais de saúde e governantes, para que, juntos, globalmente, trabalhem para garantir a segurança do paciente e do trabalhador de saúde em todas as nações do planeta.

“Nós também devemos cuidar dos nossos profissionais de saúde por meio de redes de apoio que lhes permitam preservar sua saúde física e mental. Devemos celebrá-los como os heróis que são e protegê-los do estigma. Devemos encorajar e admirar nossos profissionais de saúde, não temê-los e desrespeitá-los.” Carissa F. Etienne, diretora da OPAS (7 de abril de 2020).”

Conheça os 16 principais desafios de segurança do paciente enfrentados atualmente pelos hospitais:

Desafio 1: Criando uma cultura de segurança: ambiente seguro e confiável, onde a base da transparência, segurança, confiança e responsabilidade é estabelecida e mantida entre os colaboradores da instituição e os pacientes aos quais ela serve.

Desafio 2: Infecções associadas a cuidados de saúde: as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são infecções que os pacientes adquirem enquanto são tratados em uma unidade de saúde.

Desafio 3: Medicamentos: Erro de medicação é qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente, pode levar ao uso inadequado de medicamento. Os erros de medicação podem ser classificados em cinco categorias: 1) medicamento errado, 2) dose errada, 3) via errada, 4) frequência incorreta e/ou 5) paciente errado.

Desafio 4: Falha ao Resgate: Monitoramento da Depressão Respiratória Induzida por Opioide: Quando um paciente morre por causa de uma complicação que não foi reconhecida em tempo hábil ou tratada inadequadamente, essa morte é evitável e chamada de “Falha no Resgate”.

Desafio 5: Anemia e transfusões: A anemia é uma condição marcada por uma deficiência de glóbulos vermelhos (hemácias) ou hemoglobina (Hb), que é a proteína presente nos glóbulos vermelhos do sangue que permite o transporte de oxigênio pelo corpo. Apesar do benefício percebido, muitas transfusões de hemácias foram consideradas desnecessárias, resultando em risco ou dano e definidas como “uso excessivo”.

Desafio 6: Comunicações de transferência: Comunicações de transferência ou processos de transferência, envolvem a transição de cuidados, bem como a transferência de informações específicas do paciente por um profissional de saúde para outro.

Desafio 7: Segurança Neonatal: A segurança neonatal aborda a segurança do paciente no contexto de um grupo vulnerável de pacientes recém-nascidos. A melhoria dos cuidados e da segurança neonatal reduz os danos, evita a ocorrência de eventos adversos e otimiza o atendimento aos recém-nascidos no ambiente de saúde.

Desafio 8: Segurança das vias aéreas: A segurança das vias aéreas refere-se ao manejo e monitoramento do trato respiratório (boca, nariz, pulmões) para garantir que o ar seja adequadamente transportado para os pulmões.

Desafio 9: Detecção Precoce e Tratamento da Sepse: Sepse ocorre quando o corpo reage a uma infecção e libera substâncias químicas que causam inflamação e até a falência de órgãos. A detecção precoce da sepse, com a administração oportuna de fluidos apropriados e antibióticos, parece ser o fator mais importante na redução da morbidade e mortalidade por sepse.

Desafio 10: Prevenção e Reanimação de Parada Cardíaca Hospitalar: Um terço das mortes de pacientes hospitalizados pode ser evitado pela prática melhorada, como um melhor reconhecimento de pacientes em deterioração e estratégias ótimas de ressuscitação.

Desafio 11: Otimizando a Segurança Obstétrica: A segurança obstétrica, ou a segurança das mulheres que estão dando à luz, concentra-se em melhorar a qualidade da assistência prestada às futuras mães.

Desafio 12: Eventos embólicos: Um evento embólico ou “embolia” descreve um processo pelo qual qualquer substância que não se dissolve facilmente no sangue entra na circulação. As substâncias embólicas podem ser sólidas, líquidas ou gasosas. Na maioria das vezes, eles seguem o fluxo sanguíneo e viajam através das artérias pulmonares até os pulmões, bloqueando o fluxo sanguíneo.

Desafio 13: Saúde Mental: A Saúde Mental e a falta de acesso a leitos psiquiátricos agudos refere-se a uma inadequação de leitos psiquiátricos em hospitais e contribui para uma deficiência no tratamento geral da saúde mental de um paciente.

Desafio 14: Quedas e Prevenção de Quedas: minimizar os danos e a mortalidade devido a quedas, é um dos grandes desafios enfrentados atualmente pelos hospitais.

Desafio 15: Colocação e Verificação da Sonda Nasogástrica e Tubo de Drenagem: Uma sonda nasogástrica é um dispositivo de tubo de plástico que permite a distribuição de nutrição diretamente no estômago (alimentação) ou remoção do conteúdo do estômago (drenagem). Muitas vezes esses tubos podem ser mal posicionados, levando a danos significativos e até a morte.

Desafio 16: Engajamento de Pessoas e Famílias: O Engajamento de Pessoas e Famílias (PFE) é um “recurso natural” subutilizado para melhorar a segurança dos cuidados.

Informações da Fundação para Segurança do Paciente mostram que cerca de 400 mil brasileiros morrem anualmente por erros na assistência à saúde; as infecções hospitalares afetam 14 de cada 100 pacientes internados; entre 20% e 40% do gasto em saúde é desperdiçado pela qualidade deficiente e pelo menos um em cada 10 pacientes pode sofrer algum tipo de dano no hospital.

 

Fontes:

Fundação para Segurança do Paciente

Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde

Organização Panamericana da Saúde

Patient Safety Movement